Querido leitor: hoje comemoramos o dia da iluminação de Buda.
Para nós, trata-se de um "dia multiplicador", quando todas as nossas ações serão multiplicadas. Portanto, um aviso: atenção às suas ações. Tudo que você fizer hoje de bom dedique para sua própria iluminação.
A sabedoria é importante num dia como esses. Trata-se, principalmente, de uma mente virtuosa, inteligente e compassiva, que tem a função de afastar dúvidas e confusões mediante a plena compreensão do seu objeto.
Quando recebemos instruções inequívocas sobre como treinar nossa mente para sairmos de estados mentais lamentáveis, de sofrimento e encontrarmos estados mentais de paz e serenidade, estamos adquirindo sabedoria.
Para alcançar um estado mental cada vez mais pacífico e controlado e até alcançarmos o estado livre de sofrimento, precisamos treinar.
A maneira mais significativa de usarmos nossa vida é alcançar esse estado livre de sofrimento não só para nós mesmos, mas para todos os que nos rodeiam.
A iluminação é o estado mental completamente possível de ser alcançado - muitos seres encontraram a iluminação no passado, outros estão encontrando esse estado mental hoje e no futuro cada vez mais pessoas o encontrarão.
Para um ser comum como nós parece até impossível pensar em ser um ser iluminado; devido à nossa confusão e desconhecimento confundimos sensações agradáveis com felicidade e sempre culpamos os outros pelas nossas sensações desagradáveis. Por causa desse nosso desconhecimento ou ignorância não conseguimos mudar a nossa mente - nem sabemos como fazer isso.
Os ensinamentos de Buda são o método para conseguirmos transformar nossa mente de um ser comum na de um Bodhisattva.
A palavra Bodhisattva quer dizer "amigo do mundo": é uma motivação para alguém que sinceramente não quer ver ninguém sofrendo e deseja muito libertar todos os seres do sofrimento. Trata-se de ter compaixão e desejar conquistar a iluminação para fazer isso.
Esse tipo de intenção não surge de modo natural, normalmente mesmo que o sofrimento dos outros seja difícil de suportar não temos sabedoria para tirá-los desse estado mental ou físico. Essa mente surge de ver o sofrimento dos seres e desejar salvá-los; mas primeiramente temos que sentir apreço por eles, amor afetuoso.
O bom coração é algo que devemos cultivar; raiva, inveja, apego e orgulho não nos deixam perceber o sofrimento dos outros. Sem sentir compaixão nunca vamos desenvolver o desejo de libertá-los.
A compaixão Universal é imparcial e deseja proteger todos os seres sem exceção; isso não é difícil se geramos o amor afetuoso por todos.
Tudo o que temos que fazer é mudar o objeto do nosso apreço, que hoje é nosso próprio eu, para apreciar todos os seres.
PRIMEIRO VOCÊ, DEPOIS EU. Esse pensamento ajuda-nos a priorizar os outros: esse é o começo da nossa mente iluminada.
Vamos tentar?
Gen Kelsang Chime é professora no Centro Budista Kadampa Vajrayogini em Jundiaí (kelsang.chime.br@gmail.com)