Opinião

Brasil e países árabes, panoramas promissores

Por Redação | Prefeitura de Jundiaí
| Tempo de leitura: 3 min

As conexões árabe-brasileiras, especialmente no que se refere à Causa Palestina, são de longas datas e bastante diversificadas em todos os aspectos, mas, sem sombra de dúvidas, no plano político é preciso destacar, que o papel do Brasil sempre foi bem atuante em todas as questões árabes.

Na edição da Resolução nº 181, da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 1947, a participação da diplomacia brasileira é uma inconteste demonstração dessa cooperação. A referida resolução pleiteava o estabelecimento de dois Estados, palestino e israelense, sendo a base sobre a qual todos são unânimes em concordância até hoje, no sentido de resolver o conflito na região (a solução de dois Estados), exceto Israel.

O Brasil apoia de forma contundente o encerramento do ciclo de violência que diariamente destroem corações, com frequente derramamento de sangue, através dos fundamentos da legitimidade internacional e o respeito às regras do direito internacional, que podem ser implementados por meio de resoluções das Nações Unidas, visando o fim da ocupação israelense aos territórios palestinos, visto atualmente, como a única saída para findar os conflitos que tiram tantas vidas.

Os países árabes veem a presença política do Brasil, apesar da participação não permanente no Conselho de Segurança da ONU, ao lado dos Emirados Árabes Unidos, como fonte de apoio para as questões árabes, para que contribua na resolução das crises que se espalharam por vários países árabes.

Ao longo de suas histórias, os princípios da solução pacífica convergem entre os países árabes e o Brasil, destacando o inquestionável apreço da sociedade brasileira, que recebeu de braços abertos as ondas de imigração árabe, cujos integrantes tanto colaboraram e participaram de forma ativa com sua criatividade, nos diversos setores da vida brasileira.

É importante destacar, que o Brasil tem direito legítimo de representar a América Latina no Conselho de Segurança da ONU quando o curso da reforma das Nações Unidas for concluído. Além disso, o Brasil é o fundador da Cúpula América do Sul —Países Árabes (Aspa), proposta pelo presidente Lula da Silva em 2003, em que o Brasil sediou sua primeira versão em 2005, que teve como resultado a "Declaração de Brasília", que, seguida pela Declaração de Doha em 2009, e depois pela Cúpula de Riad em 2015, despertou o interesse pelo aspecto cultural nos projetos de cooperação.

Vale ressaltar a possibilidade de expansão do Brics com a adesão de seis países árabes (Argélia, Egito, Arábia Saudita, Emirados, Bahrein e Iraque), que trará um impacto significativo na ampliação do horizonte de cooperação entre os países árabes e o Brasil.

Atualmente, é significativa a dimensão das relações econômicas existentes entre os países árabes e o Brasil, que se desenvolvem a cada dia nas áreas de intercâmbio comercial, investimentos conjuntos e todas as outras ligadas a cooperação. Para se ter ideia, os países árabes ocupam o terceiro lugar na lista de parceiros comerciais do Brasil.

E como um bom neto de libanês, concluo que o intercâmbio cultural entre os dois lados deve ser prevalente, investindo na presença ativa de brasileiros de origem árabe na sociedade brasileira através do ensino das línguas árabe e portuguesa, artes e literatura, relembrando o passado em comum e olhando carinhosamente para a frente com amplos horizontes que enriquecem a cultura do Brasil e dos países árabes, com sabedoria e competência.

José Roberto Charone é advogado (charoneadvogados.com.br)

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