Opinião

Repórter, 'o caçador de notícias'

12/02/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Tecnicamente, pode se dizer que a reportagem é o relato jornalístico de um acontecimento de interesse público que é feito através de um órgão de imprensa que pode ser jornal, revista, rádio, televisão, cinema e internet.

Nessa tarefa de manter as pessoas bem-informadas, a principal figura é a do repórter, um jornalista de campo que se desloca aos mais diversos locais à cata de notícias. O valor destas pode variar, mas a qualidade das mesmas resulta sobremaneira do trabalho deste importante profissional, que é conhecido como caçador de informações, cuja principal tarefa, portanto, é a cobertura de pautas e acontecimentos, com investigação profunda dos fatos, entrevistas e produção de um texto explicativo, imparcial e direto para o leitor, internauta ou telespectador.

Lembro-me com grande saudade quando comecei minha carreira no Jornal de Jundiaí em 1971 no qual uma equipe competente me despertou à arte do jornalismo, que é justamente saber escolher os assuntos que  atraem o público para posteriormente apresentá-lo do modo mais apraz possível. Por essa razão, a sua importância é nítida. Tanto que as ocorrências podem estar ou surgir em qualquer lugar: no mar, no ar, na terra, nas estradas, nos campos..., razão pela qual terá que ser astuto na busca deles. Por isso se diz que ele é o jornalista de campo que se desloca aos mais diversos locais.   

Deve ser dotado de dinamismo e de iniciativa para colher todos os detalhes de um episódio. E – é lógico – precisa saber escrever bem para contar tudo o que viu de forma clara e precisa.

Dependendo do assunto, uma reportagem pode ser feita por um único repórter ou por vários. O trabalho de equipe é necessário quando o assunto a ser coberto é amplo. Por exemplo, para fazer a cobertura do Carnaval, jornais, revistas, emissoras de TV e rádio mandam equipes de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas que registram tudo o que aconteceu na ocasião em diversos pontos da cidade.  Isso também ocorre nos casos de enchentes, incêndios e grandes acontecimentos políticos, entre outros assuntos que despertam a atenção da população. Os órgãos de imprensa possuem profissionais especializados para assuntos específicos: notícias policiais, esportivas, automobilismo, informática, entre outros.

Diz-se ainda que o repórter é um formador de opinião em sua essência. E desta forma, pode mudar vidas, influenciar caminhos e apresentar novas formas de ver o mundo em volta. Já se disse que são os meios de comunicação, em especial os noticiários - televisivo, radiofônico, virtual ou impresso -, que detêm a maior capacidade de disseminação de idéias, propostas, imagens e o que mais for capaz de influenciar mentes e comportamentos. E sua relevância ainda aumenta diante dos avanços das redes sociais, que infelizmente muitas vezes fomentam inverdades e fatos de origem duvidosa.

Por ocasião do Dia do Repórter, na próxima quinta-feira, 16 de fevereiro, homenageamos todos os profissionais da área que não medem sacrifícios para alcançar o objetivo de informar e contribuir para a melhoria social e principalmente, que primam pelo exercício profissional lastreado na verdade, na lealdade, no compromisso com os cidadãos, na independência, nos interesses coletivos e na imparcialidade. E nessa trilha, invoco Carlos Drummond de Andrade: "O fato ainda não acabou de acontecer/ e já a mão nervosa do repórter/ o transforma em notícia...". ("Poema do Jornal")

Jundiaí sempre foi uma cidade que contou com excelentes jornalistas, sendo que muitos deles alcançaram êxito em grandes órgãos de imprensa do Brasil. Nas figuras dos amigos Fábio Perez e do saudoso Ademir Fernandes, com o qual aprendi muito na profissão, reverencio todos os colegas que fazem do jornalismo como eles, uma grande paixão.

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário (martinelliadv@hotmail.com)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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