Fabbio seguiu os passos de seu irmão mais velho, Oscar, que era locutor da Rádio Difusora. Na década de 50, aos 16 anos, Perez tornou-se locutor também. "Cheguei a diretor de programação, apresentando, escrevendo e dirigindo. Naquela época, a Difusora tinha uma programação bastante variada. Com notícias, entrevistas, músicas, programas de auditório, novelas, esporte…"

Em 1960, Fabbio começou a trabalhar na Rádio e TV Tupi de São Paulo. Inicialmente como locutor titular do Grande Jornal Falado Tupi. Participava também de programas de TV, que funcionavam no mesmo prédio. Lá, ele conviveu com todos os pioneiros da televisão no Brasil, que tinha sido inaugurada há pouco mais de dez anos. "Ao mesmo tempo, me formei na Escola de Propaganda em São Paulo e trabalhava em uma agência, fazendo anúncios para rádio e televisão", relembra.

Em 1962, o jornalista foi convidado para apresentar um noticiário que estava sendo lançado na Rádio Bandeirantes, o Primeira Hora. Em 1963, venceu o concurso para locutor titular do Repórter Esso. Dois anos depois, na TV Tupi, apresentou o telejornal Diário de São Paulo na TV. Também trabalhou durante cinco anos na TV Cultura, atuando como apresentador e em outras funções no telejornalismo da emissora.

TV GLOBO

Em 1977, Fabbio foi transferido para a sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro, e assumiu o cargo de editor-chefe do telejornal Amanhã. E, nos anos seguintes, foi fundador do Jornal da Globo e editor-chefe de vários programas e telejornais, entre eles Jornal Hoje, Globo Revista, Globo Repórter e, de 1984 a 1990, Jornal Nacional (o editor-chefe que mais tempo permaneceu no cargo, até então). "Logo que entrei na Globo, como editor das matérias de São Paulo, ouvi muitas lições de Nilson Viana. Nunca me esqueci de um desses ensinamentos: 'Em um grande telejornal como esse, é proibido errar," relembra Perez.

Ele também cita a amizade que construiu com William Bonner, o atual âncora do Jornal Nacional. "Bonner e eu fizemos uma boa amizade. Houve vezes em que ele me entrevistou, um homem muito cordial. Mas, não tínhamos sempre muito contato, já que as funções naquela época eram muito definidas e cada um tinha o seu lugar para trabalhar."

Fabbio também apresentou o programa Globo Rural e ainda narrou vários documentários no Sportv Repórter e editou dvds jornalísticos da Globo Marcas.

MISSA DO GALO

Fabbio conta que a Rede Globo havia programado cobrir a primeira visita do Papa João Paulo II, em 1980, com vários boletins ao vivo, durante a programação diária. Mas, a comoção popular foi tanta durante os 14 dias da visita, que a Globo precisou ampliar a cobertura. "Toda a programação da emissora foi alterada, abrindo espaço para exibição dos eventos que foram acompanhados por milhões de pessoas em todo o país. Fui chamado para fazer todas as narrações ao vivo, nos estúdios montados especialmente no Rio." recorda.

"Depois da visita, fiquei encarregado também de narrar a Missa do Galo, rezada pelo Papa no Vaticano. E assim fiquei com essa função por mais de 40 anos."

CURRÍCULO EXEMPLAR

Foi redator, produtor e locutor de várias agências e produtoras de tv e cinema e participou de inúmeros documentários e vídeos institucionais. Foi membro do Júri do Troféu Imprensa de 2001 (televisão). Mediador do evento "Oitenta anos de Rádio", no Centro Cultural Vergueiro, em São Paulo, em 2002. Participou de vários debates e conferências promovidos por universidades, associações e órgãos de comunicação e ainda foi consultor da TV Educativa de Jundiaí.

Hoje, Fabbio ainda coleciona contatos com outros comunicadores e, há pouco tempo, também estava apresentando o Globo Natureza. Ele mantém sua casa em São Paulo por conta dos compromissos, mas está num processo de desacelerar a carreira e faz planos para voltar a Jundiaí, onde também tem casa. "Atualmente, não faço nada programado, estou parando. Logo mais completo 87 anos e quero diminuir o ritmo. Voltar para Jundiaí está nos meus planos."