Aproximadamente 40% das árvores de Jundiaí precisam ser substituídas por conta de desgaste natural, desuso para a arborização urbana ou por se tratar de espécies inadequadas. As vistorias são feitas por técnicos do Departamento de Praças e Jardins e, quando a árvore não possui mais o mínimo de estrutura para ser considerada segura, é removida pela equipe.
Entre os motivos que demandam vistorias estão idade da árvore, danos causados intencionalmente (crime ambiental) ou conflito com outros equipamentos urbanos, como calçadas e ruas. De acordo com dados do Observatório Jundiaí, em 2019 o município registrou 1.801 árvores removidas no período. Já em 2020, houve queda brusca no número de remoção, com registro de 649 no ano. Mas em 2021 o número voltou a subir e alcançou 1.802 remoções. Os dados de 2022 ainda não foram divulgados.
QUEDAS DE ÁRVORES
A discussão sobre a retirada de árvores foi reacendida por conta de um acidente ocorrido na terça-feira (24), que causou a morte de uma menina de 7 anos após ser atingida por uma árvore em um parque de Campinas.
Em Janeiro, foram registradas quedas de 27 árvores em Jundiaí, mas somente quatro delas estavam em áreas públicas. As demais pertenciam a propriedades particulares e vieram a cair em vias públicas. Os casos foram registrados principalmente nos bairros Santa Clara, Currupira, Traviú e bairro do Poste.
AVALIAÇÃO
De acordo com a Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos, a avaliação das árvores pode ser visual ou, em alguns casos, utilizar análises mais profundas como o penetrografia ou a tomografia. As vistorias analisam risco de queda de árvore e a necessidade de remoção.
Um dos lugares avaliados foi a rua Anchieta, no Centro. Em novembro de 2021, a prefeitura apresentou plano de manejo arbóreo no local e todas as árvores foram avaliadas separadamente, através de uso de tecnologia que analisa a presença de rachaduras, cupins, fungos e outros possíveis problemas em suas estruturas.
Na época foi realizada uma audiência pública em formato presencial e virtual para apresentar a situação aos moradores da rua. Foi informado que, das 73 árvores presentes na via, 26 continham risco iminente de queda e 19 risco médio. O plano de ação de manejo incluía a substituição das árvores, da espécie tipuana, por outras da espécie amendoim do campo. A proposta seria substituir primeiro as 26 árvores que apresentam maior risco de queda e junto plantar mais 15, chegando a 41 novas árvores na primeira fase do plano de ação. No processo, também consta a aquisição de 120 mudas de amendoim do campo.
De acordo com a Prefeitura de Jundiaí, estão sendo realizados estudos minuciosos e o resultado será apresentado em breve. Uma moradora da Rua Anchieta, que não quis se identificar, disse que a situação divide opinião dos moradores. "Eu sou a favor de remover as árvores que têm risco de queda, mas se tirar tem que plantar uma nova. Tem morador que bate o pé para mantê-las", revelou.