Neste século XXI, verificamos todos os dias que a humanidade experimenta uma evolução fantástica nas ciências, enquanto que, lamentavelmente, regride progressivamente em sabedoria.
A base da decadência está na falta de ética; nas relações de ganha, ganha entre as Nações e nas Sociedades e se sustenta no egoísmo; na ambição sem medidas; no interesse de conquistas de mercado e em ganhos econômicos e financeiros, além de poder.
Foi da mesma forma e sob as mesmas bases, que o mundo viveu, pelo menos, nos últimos seis séculos, ou melhor, em toda a existência humana.
Para se ter o nível de bem-estar atual dos países desenvolvidos, muitas injustiças foram cometidas.
É importante ter presente que esses atos, que continuam sendo praticados nesta década, mais precisamente também neste momento, em todo o mundo, não tiveram, em toda a linha do tempo, como agentes protagonistas, as sociedades desmonetizadas de poder e, sim, pelos detentores de poder econômico, social e político, a quem cabe as grandes decisões socioeconômicas.
O mundo convive com cerca de dois (2) bilhões de pessoas que vivem com renda abaixo da linha de pobreza absoluta.
Dia 20 de janeiro (sexta-feira passada) foi encerrado mais um Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça e nenhuma solução foi registrada para uma melhor e mais equitativa distribuição da renda mundial. Quando muito, empresários, herdeiros e celebridades, que somaram cerca de duzentos mil milionários, assinaram carta que questionam as autoridades das maiores economias do mundo, por que continuam tolerando a riqueza extrema? E continuando, enfatizam "a solução é simples para todos verem. Vocês, nossos representantes globais, devem tributar a nós, os ultraricos, e devem começar agora."
A partir dos anos 80 (oitenta), vem prevalecendo no mundo as ideias de James Wolfensohn, economista inglês, que foi presidente do Banco Mundial, que instituiu o sentido de globalização das economias, com maior abertura das economias em desenvolvimento, com a supressão de políticas protecionistas e queda nas tarifas de importações. O sentido era o de ampliar as relações econômicas mundiais entre todos os países.
Essa prática, como identificaram Celso Furtado e Raul Prebish, da CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina, favorecia, como favorece até hoje, os países centros, avançados de tecnologia, em detrimento dos países periféricos, emergentes, exportadores de produtos primários de menor valor agregado.
Temos no mundo uma equação que não fecha, porém, como o globo dá voltas, quem sabe com a "economia verde", que será inexoravelmente, hegemônica junto a todas as Nações, cuja preponderância será das economias em desenvolvimento e, nesse caso, o mundo possa virar uma página e contemplar um substancial aumento da renda dos países emergentes.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia e consultor de empresa (messiasmercadante@terra.com.br