Racismo, orgulho e ignorância de valores

15/01/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Cinquenta e quatro anos depois de seu assassinato em Memphis, nos EUA, milhares de americanos – especialmente da comunidade negra – aproveitam a data de 15 de janeiro, quando se comemora o nascimento de Martin Luther King Jr, para reivindicarem direitos iguais para todos os seres humanos. Ainda hoje, não conseguimos consolidar o seu ideal, porém sua vida e o seu trabalho são sinônimos de coragem, enfrentamento, dedicação, altruísmo e desprendimento na busca de um mundo onde os seres se compreendam, se respeitem e procurem viver dentro dos parâmetros traçados por uma legislação embasada na democracia e nos princípios da Justiça.

A grandiosa obra que nos legou em prol da proteção dos direitos fundamentais atingiu uma escala que transcendeu os limites de sua nação e como um dos grandes líderes do século passado, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964, num justo reconhecimento por sua luta a favor da igualdade e da liberdade. Quando foi assassinado em 4 de abril de 1968 por um fanático branco na sua terra natal, no momento em que comandava uma monumental marcha de protesto, pessoas de todos os credos e posições políticas lamentaram a morte daquele que tentou conscientizar a humanidade sobre respeito ao princípio de isonomia da lei, vedadas as discriminações e privilégios.

Efetivamente, se pretendemos ter uma sociedade onde o viver e o conviver sejam valores máximos, faz-se necessário um esforço maior em dar a todos iguais possibilidades de participação, já que, "quando uma pessoa tem negado os seus direitos todos estão perdendo" (Dalmo Dallari).

A Declaração das Nações Unidas assim reza em seu artigo primeiro: "A discriminação entre seres humanos, por motivos de raça, cor ou origem étnica, é uma ofensa à dignidade humana e deve ser condenada como negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, como violação dos direitos do homem (...) como obstáculo às relações amigáveis e pacíficas entre as nações, e como fato capaz de perturbar a paz e a segurança entre os povos". Atitudes racistas, assim, são mesquinhas e contrariam os direitos inalienáveis de cada homem. E, sob outro prisma, somente demonstram que alguns indivíduos não estão vivendo dentro dos justos limites do plano criador de Deus.

É preciso que certos absurdos anti-humanos sejam coibidos enquanto é tempo, para que os reais valores se sobreponham a supostas potencialidades biológicas, propiciando um nível normal de convivência, sem diferenças entre as relações das diversas pessoas. A título de reflexão, citemos trecho de discurso de Luther King: "Pode ser verdade que é impossível decretar a integração por meio da lei, mas pode-se decretar a não-segregação. Pode ser verdade que é impossível legislar sobre moral, mas o comportamento pode ser regulamentado. Pode ser verdade que a lei não é capaz de fazer com que uma pessoa me ame, mas pode impedi-la de me linchar". O racismo realmente manifesta uma simples questão de orgulho e total ignorância de valores.

OUTRA COMEMORAÇÃO

O Dia Mundial do Compositor também é comemorado neste 15 de janeiro. A data homenageia todos os compositores, especialmente ao seu trabalho e esforço para compor, escrever e criar músicas.

A celebração surgiu pela no México, como uma comemoração da fundação da Sociedade de Autores e Compositores do México, em 15 de janeiro de 1945. Parabéns aos bons compositores, que numa época marcada pela pouca criatividade e baixa qualidade musical, ainda nos proporcionam lindas canções, que marcam nossas vidas e corações.

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário (martinelliadv@hotmail.com)

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