Uma forma extensa de dizer eu te amo

17/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Eu sempre senti que essa página aqui era uma forma de tocar corações distantes através das palavras. Escrever pontes e construir pensamentos. Nessa lógica invertida que só a caneta tem o poder de proporcionar nasce mais um texto...

Compartilhar ideias, desejos e histórias. Eu nunca enxerguei que este era um espaço meu, mas sim que era um ponto de encontro entre o Jeff escritor e seus leitores. Entre o coração inquieto que quer mesclar o mundo real com suas viagens e a mente real do leitor nesse mundo imaginário.

Mas hoje, ainda falando de encontros, eu uso essas linhas pra falar que nem sempre é sobre experiências vividas, mas também das experiências vivas, aquelas que permeiam o presente. Quando a lembrança mora no "- Até logo" que logo se transforma em um delicioso "- Que bom que você voltou". Quando o coração quer se aninhar nos braços que não se fecham até você voltar.

Quando a ficha cai e você percebe que não queria estar em nenhum lugar. Sabe aquele momento que você olha uma pessoa falando e seus olhos se iluminam e todas as falas se perdem em um sorriso bobo de contemplação?

Eu já escrevi muito sobre momentos assim. Como eu sempre brinco, um dos bônus de ser escritor é brincar com a verdade, transitar entre o real e a ficção, ir dando ao leitor a dúvida e a incerteza que temperam uma boa história.

Mas dessa vez é diferente, a história é real, não tem jogo de palavras, nem pseudônimos para ocultar pessoas ou sentimentos. Eu sou o protagonista, ou melhor, quero achar que sim, porque sei que eu e ela encenamos juntos a cena que deu cria ao nosso sentimento, nosso amor.

Nossa história veio de spoiler em quatro crônicas, anteriores a esta e que agora assumem a realidade. Escrevi inspirado no acelero que a Nicole traz ao meu coração, ao sorriso que traz ao meu rosto e a luz aos meus dias.

Quando a fanfic se torna realidade e as linhas do papel se tornam desabafo, o escritor vira narrador da própria história, contador de seus desejos, assim real, desnudo.

Coração e peito aberto.

Sem eufemismos ou meias palavras, com ela não tem regra ou padrão. É tudo único, novo. Quando você se dá conta assim do nada em plena quarta-feira de que o café na cama é melhor que o cappuccino com canela da Kopenhagen, que a pipoca esparramados no sofá é melhor que a promoção extra grande no Cinemax ou aquele filme do Jim Carrey visto pela décima vez onde os dois já conhecem todas as falas de cabeça vale mais que a estreia do novo filme da Marvel é sinal que o match é certo. Assim porque tem ela e porque tem eu.

Quando os olhares se cruzam, se encaram, se acham e as palavras saem juntas, assim com medo mesmo. Medo de que talvez não sejam correspondidas, mas até o receio de ambos é conjunto. O silêncio se rompe, assim de supetão, deixando o sentimento aflorar entre corpos que se comunicam, que falam mais com a pele do que com a boca.

Eu, que já escrevi aqui nestas páginas histórias do imaginário, do desejo e da ficção, peço licença, mas hoje esse texto é uma declaração, uma história real. Um pouco de amor e um tanto de construção, de desejo mútuo e sincero, em resumo uma forma extensa de dizer: eu te amo.

Jefferson Ribeiro é escritor e cronista (jeffribeiroescritor@gmail.com)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.