5G: uma nova era de conectividade

06/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

No dia 6 de julho, quando o 5G puro começou a funcionar na capital federal, o Brasil deu o primeiro passo rumo a uma nova era de conectividade. Desde então, a quinta geração de internet móvel vem sendo implantada nas capitais e nos grandes centros urbanos e, até o final da década, estará presente em todo território nacional.

O 5G, porém, vai muito além de ter um celular rápido para fazer downloads e uploads ou assistir streaming sem soluços – de fato, para os usuários de celular, a velocidade dos aparelhos nessas situações será cerca de 20 vezes mais rápida.

A grande diferença é que as gerações anteriores da telefonia celular eram baseadas na comunicação entre pessoas e esta nova geração foi concebida pensando-se na comunicação entre objetos. É a chamada Internet das Coisas, ou IoT (Internet of Things), na sigla em inglês. Há uma verdadeira revolução em curso com impacto na indústria, na medicina, na agricultura, com novas possibilidades de serviços e negócios, entre as inúmeras aplicações.

Para tornar esta revolução realidade, expressivos investimentos estão sendo feitos. Há um ano, o leilão do 5G realizado pelo governo federal movimentou R$ 46,7 bilhões entre as dez empresas ganhadoras. Essas operadoras estão montando uma nova rede de infraestrutura no Brasil, com novas antenas e cabos de fibra ótica.

Países que entraram nesta nova era antes já contabilizam impactos econômicos positivos. Estudo da consultoria Accenture na Europa mostra que, entre 2021 e 2025, o 5G vai agregar 1 trilhão de euros ao Produto Interno Bruto (PIB) europeu outro US$ 1,5 trilhão ao norte-americano – além de gerar 16 milhões de empregos nos Estados Unidos.

As redes 5G utilizam frequências de rádio mais altas e são dez vezes mais rápidas que a 4G. Têm, portanto, grande capacidade de transmissão de dados e conseguem suportar a conexão de inúmeros equipamentos na mesma rede operados remotamente, em tempo real e com total segurança.

Um dos motivos – e que se constitui em um avanço substancial nesta nova geração –, é a latência menor, ou seja, o tempo que a informação leva para sair do computador e chegar ao destino. Com o 5G, os atrasos são mínimos na comunicação.

Assim, guindastes podem ser movidos remotamente, usando comandos em tempo real, por exemplo, sem qualquer risco para o operador. Da mesma maneira, com o 5G, um médico nos Estados Unidos pode realizar uma cirurgia em São Paulo com total segurança porque tudo ocorrerá em tempo real. Essa baixa latência era impossível no 4G.

As cidades inteligentes são uma consequência natural da evolução da conectividade (aliada, claro, à sustentabilidade) e as redes 5G são essenciais para viabilizá-las. Esta realidade pressupõe a utilização de sensores avançados, Inteligência Artificial, redes de alta velocidade e integração de dados para cuidar, por exemplo, da iluminação de ruas, da gestão de tráfego, de vagas de estacionamento, sistema de medição de energia e água e da coleta de lixo, entre outras aplicações.

Em um futuro não tão distante, esses espaços urbanos que usam de forma generalizada as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) serão a regra. O objetivo final é melhorar a qualidade de vida das pessoas, promovendo o desenvolvimento humano e social, graças à eficiência proporcionada pela tecnologia.

Vandemir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do Ciesp e 1º diretor secretário da Fiesp (vfjunior@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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