A importância da família na formação da pessoa

04/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Na próxima quinta-feira, 8 de dezembro, comemora-se o Dia Internacional da Família, uma celebração criada pela Igreja Mórmon e que objetiva destacar a sua relevância como o primeiro grupo social do qual desde o nascimento tomamos parte e como o mais antigo agrupamento humano, constituindo-se ainda no núcleo vital da coletividade.

Infelizmente, nos últimos anos vários fatores têm contribuído para   enfraquecê-la no Brasil, como agressões de certos meios de comunicação, de uma publicidade permissiva, da difusão do uso descartável da sexualidade, das desigualdades sociais e de uma educação pública deteriorada. Tais aspectos têm provocado inúmeros problemas, entre os quais, a excessiva agressividade, o exorbitante número de drogados e o grande desrespeito às regras comportamentais, geradores de sérias preocupações com o futuro. No entanto, precisamos lutar constantemente por sua estabilidade, em prol da própria ordem social.

>Efetivamente, por mais inovações que se pretenda implantar em relação à família, por mais que se tente colocá-la em segundo,  terceiro ou até último plano na escala de importância, não há como negar seu caráter indispensável na vida de quem quer que seja. É ela quem garante a sobrevivência do indivíduo, providenciando para ele o sentido da sua identidade.

Às suas finalidades principais aparece a circunstância eminentemente social, que a torna um centro de socialização, de formação da pessoa em todos os níveis, fazendo com que essa dependência não se esgote apenas no aspecto biológico, mas abranja, também, o moral, o psíquico, o espiritual.

Como afirmou Plinio Sampaio, "a família é que providencia para o ser humano o sentido da sua identidade, do seu ser-pessoa, da sua singularidade e particularidade no corpo social".

E essa questão adquire mais seriedade na medida em que a sociedade passa a desempenhar um papel negativo, sendo massificadora, opressora e agente de desidentificação, exigindo do núcleo familiar atitudes mais coerentes nesse processo de formação, em que a pessoa aprende a se sentir sujeito dos direitos e deveres, a se libertar do egoísmo, cresce na fé, se adestra, enfim, para contribuir ativamente na construção de um novo agrupamento social.

Ela não é somente uma unidade legal, mas uma comunidade de amor e solidariedade, insubstituível à difusão dos valores éticos, sociais, espirituais e religiosos, elementos que se mostram essenciais ao bem-estar de seus membros e da comunidade. Nessa trilha, destacamos que também aparece hoje como instrumento de equilíbrio econômico. Pesquisas realizadas em diversas nações constataram que os funcionários com maior probabilidade de sucesso individual e que mais se desenvolvem possuem uma vida familiar estável. E por intermédio dos seus membros que os conhecimentos são passados de uma geração para outra, mantendo-se a denominada herança cultural.

Também é a fonte de vida, espaço de realização pessoal e fermento de mudança para uma convivência justa e fraterna. Como destacou certa vez o papa João Paulo II, "a família, enquanto indispensável comunidade educadora, é o veículo privilegiado para a transmissão dos valores religiosos e culturais que ajudam a pessoa a adquirir a própria identidade. Baseada no amor e aberta ao dom da vida, a família leva em si o futuro da sociedade e é sua tarefa contribuir para um futuro de paz".

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário (matinelliadv@hotmail.com)

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