Escolioses: é preciso observar!

03/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

A escoliose é uma condição na qual a coluna se curva anormalmente para os lados ou gira e pode variar de leve a grave. Cerca de 20% da população é afetada pela escoliose, sendo mais comum em crianças e adolescentes.

Esta condição da coluna vertebral faz com que os ossos torçam ou girem de modo que, em vez de uma linha reta no meio das costas, a coluna se pareça mais com a letra "C" ou "S". As curvas de escoliose ocorrem mais comumente na parte superior e média das costas (coluna torácica).

A maioria dos casos de escoliose idiopática (sem uma causa conhecida) ocorre entre os 10 anos de idade e o tempo em que a criança está totalmente crescida. A escoliose raramente é dolorosa e pequenas curvas geralmente passam despercebidas pelas crianças e pelos seus pais, sendo diagnosticadas, na maioria das vezes, quando adolescentes.

Embora os médicos não saibam a causa exata da escoliose idiopática, eles sabem que ela não está relacionada a comportamentos ou atividades específicas - como carregar uma mochila pesada ou ter má postura. As pesquisas mostram que, em alguns casos, a genética desempenha um papel importante no desenvolvimento da escoliose. Aproximadamente 30% dos pacientes com escoliose idiopática do adolescente têm história familiar da doença.

Em muitos casos, as curvas da escoliose são pequenas e não requerem tratamento. Crianças com curvas maiores podem precisar usar uma cinta, colete ou fazer uma cirurgia para restaurar a postura normal.

Sabendo disso tudo, gostaria de deixar um alerta. Os pais ou cuidadores, professores de sala de aula e principalmente os professores de educação física devem ficar atentos a partir dos 10 anos, principalmente, e observar os seguintes sinais nas crianças e adolescentes: ombros inclinados e irregulares, com uma escápula mais saliente que a outra, proeminência das costelas de um lado, cintura irregular e se há um quadril mais alto que o outro. Pois as curvas pequenas costumam passar despercebidas até que a criança atinja um surto de crescimento durante a puberdade. Qualquer sinal de desvio, encaminhem a criança para o ortopedista infantil ou pediatra, para que seja realizado o tratamento adequado, numa fase excelente para reverter ou minimizar o problema.

Fica mais fácil de diagnosticar a escoliose dentre os adolescentes, pois geralmente são autoconscientes e como ela mexe com a autoestima e eles começam a evitar usar roupas justas, querem esconder a região anômala.

Na França, qualquer grau de escoliose é tratado e dado muita atenção à coluna em geral. No Brasil e nos Estados Unidos, a escoliose é dada como importante a partir de 25 graus. Mas friso: qualquer desvio da coluna merece atenção. Quanto mais cedo é iniciado o tratamento, melhores os resultados. Há ortopedistas e fisioterapeutas especializados em escolioses e a chance de êxito é muito grande. Se for possível conter a acentuação da curvatura e tirar uma criança da cirurgia, já teremos um resultado excelente.

Se a escoliose não for tratada, pode comprometer a respiração e órgãos vitais. A melhor forma de tratar a escoliose, além do especialista, é manter o movimento. Muita saúde a todos.

Liciana Rossi é educadora física (licianarossi@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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