Viagem cultural

19/11/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Como é bom conhecer novas culturas e entender um pouco da nossa ancestralidade. Estou no Peru escrevendo para vocês e envolta na cultura dos Quechuas, encantada com tantos aprendizados dos povos andinos. Enquanto escrevo, ouço meu amigo e professor de Yoga, Thiago Castillo, tocando uma flauta nativa.

A primeira coisa que me chamou muita atenção foi a adoração e reverência à Pachamama, a Mãe Terra, para os Incas, a Deusa da fertilidade, espírito do nosso planeta, aquela que nutre, protege, sustenta. Pacha é o universo, o tempo, Mama é a mãe. Esta adoração e respeito à natureza é algo que deveria ser passado para todos e colocado em prática atualmente.

Para os Quechuas, cultura ainda presente entre Peru, Bolívia e noroeste da Argentina, Pachamama é uma força que devolve em dobro o que é entregado a ela.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a Trilogia Inca. Como eles tinham conexão total com todo o ecossistema à sua volta, a cosmovisão andina, que é a harmonia entre os homens e a natureza, convivendo, entendendo e dialogando para ter uma vida plena.

Os três animais sagrados para os Incas permitiam materializar suas crenças e foram fonte de admiração e respeito.  A serpente representa o infinito (Amaru), o mundo dos mortos (Ukhu Pacha), representa também sabedoria da experiência da vida. O Puma, animal feroz e destemido, era identificado com o mundo dos vivos, por sua força, vitalidade e inteligência.

O Condor, a maior ave do mundo que voa, era o mensageiro de Deus, a comunicação com o mundo superior e a visão clara das coisas como elas realmente são, o que liberta da ignorância, Hanna Pacha, e com o mundo abaixo da terra, Kay Pacha.

Wiracocha foi o criador supremo do mundo. Inti era o Deus sol. Mama Killa era a deusa lua. Todos estes deuses para os Incas, politeístas, refletiam a vida e a espiritualidade, integrados à natureza. Esta cultura ainda é muito presente nos dias atuais e os peruanos tentam mantê-la viva. Ainda há povos que vivem em meio à floresta e nos Andes, que preservam as tradições.

Apu, o espírito da montanha, significa "Senhor" em Quéchua. As montanhas são entidades divinas que regem o destino dos homens, segundo eles. Cada montanha tem seu próprio espírito.

Segundo eles, o universo é dividido em três reinos. Hanan Pacha, reino dos deuses superiores, Kay Pacha era o reino dos homens e Uku Pacha, o reino inferior. As montanhas se elevam desde Uku Pacha até Hanan Pacha.

Desde que aprendi na escola sobre os Incas, me apaixonei por esta cultura e agora realizei meu sonho nesta imersão cultural e espiritual no Peru. Agradeço aos meus amigos e mentores Thiago Castillo e Micheli Chow por tantos aprendizados. Tupananchiskama meus amigos (até que nos encontremos novamente. Nunca dizem "adeus"). Muita saúde a todos.

Liciana Rossi é pós-graduada em treinamento desportivo (licianarossi@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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