Dia da Eleição: a festa da Democracia

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Não há como não se emocionar, no transcorrer deste domingo, com o espetáculo do povo brasileiro, livre, consciente do valor de sua cidadania, a comparecer diligentemente aos seus locais de votação. 

A eleição é a festa da Democracia. Do valor da Liberdade.

Desde o seu nascimento, na Grécia - o termo Democracia surge pela primeira vez em um discurso de Péricles em Atenas, no século V a. C. - até o presente, longo e difícil é o percurso do ideal democrático. Sua permanência tem sido assegurada pela mais pragmática das razões: é o regime que melhor possibilita o real avanço social e assegura a todos o gozo da liberdade.

O fato é que as sociedades mais prósperas, tanto econômica como socialmente, são aquelas que, mesmo frente a disputas intensas, têm no ideal democrático o valor maior.

Na noite deste domingo provavelmente já teremos o resultado do pleito. A partir daí, o comando do Poder Executivo será do vencedor, legitimado pela decisão popular. Cabe a todos nós respeitar essa decisão.

Somos todos brasileiros. Não podemos permitir que o progresso do nosso País seja travado pelo acirramento da desunião.

E isso seria ainda mais danoso quando se sabe que temos pela frente a oportunidade única de alcançar um lugar de destaque no topo da economia mundial com o surgimento da Nova Economia, assentada no avanço tecnológico e pautada pelas exigências do padrão denominado ESG (sigla em inglês dos termos Ambiental, Social e Governança),  que abre uma nova e enormemente promissora oportunidade de gerar riqueza para o nosso País, uma vez que essa nova economia tem por base a diminuição da emissão dos gases responsáveis pelo Efeito Estufa e o Brasil é o país que reúne todas as condições para ser tornar o número um nesse mercado.

Em painel da revista Exame sobre o significado dessas mudanças, Luciana Antonini Ribeiro, sócia da EB Capital, empresa que atua nessa área, resumiu a oportunidade que se abre para a economia brasileira: "A realidade é que, para que as empresas possam cumprir suas metas (ou seja, zerar sua emissão de gases do efeito estufa) a cadeia de soluções precisa ser escalável. Ao fomentar a cadeia existe uma oportunidade sensacional de negócios".

Para se entender com clareza o papel que o Brasil pode desempenhar nesse novo cenário, basta dizer que a Floresta Amazônica, preservada, por sua incomensurável capacidade de sequestrar gases do Efeito Estufa, pode tornar a economia nacional relevante entre as maiores do mundo.

Nada disso, no entanto, será conquistado se a divisão dos brasileiros persistir. Seria o mesmo que matar a galinha dos ovos de ouro. Temos, todos nós, uma enorme responsabilidade, ainda mais quando sabemos que quem vai pagar o preço da continuidade dessa desunião nacional serão nossos filhos e nossos netos.

Somos, todos nós, brasileiros. Vamos pensar com o olho no futuro. E dar continuidade à nossa luta, não mais contra um adversário, mas por um país melhor. Seja quem for o vencedor.

E que o seu discurso, ratificada a sua vitória, seja não de exaltação ao triunfo, mas de conciliação, de paz e união.

Miguel Haddad é advogado, foi deputado e prefeito de Jundiaí

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