Hoje vamos refletir a respeito de mentiras e verdades ou verdades convencionais e falsidades convencionais. No budismo dizemos que até em sonho, quando você pega algo e alguém te questiona e você nega, você está mentindo.
Quando pensamos, falamos ou fazemos uma ação ela deixa uma marca na nossa consciência e quando as condições se reúnem, isso se transforma em experiência. Quando com boa intenção, ou seja, uma intenção altruísta e benéfica para todos, gerarmos uma ação física ou verbal nossa experiência será compatível com a intenção.
Ao todo, a mesma ação pode ser feita com três intenções diferentes, entre elas, positiva, negativa e neutra. Sem sabedoria, porém, uma intenção positiva não garante um resultado positivo.
Sem sabedoria criamos ações negativas, ou seja, que nos fazem sofrer mesmo com boa intenção.
Não basta querer acertar!
Primeiro temos que tomar consciência dos fatos e com a mente calma de sabedoria fazer a melhor escolha.
Se não conseguirmos tomar conhecimento dos fatos nossos julgamentos serão falhos.
Conhecimento depende de pesquisa e sinceridade e, principalmente, honestidade. Um método científico.
Com conhecimento podemos julgar melhor o que corresponde aos fatos e o que é completamente falso.
Com ignorância estamos escolhendo uma fraude, algo que pode prejudicar muita gente. Desse modo criamos para nós mesmos uma experiência similar.
Essa forma de agir é irresponsável. Não somos o que pensamos que somos, mas sim o que pensamos.
Se formos irresponsáveis ao não buscar o conhecimento, quem mais, além de nós mesmos, merecemos experienciar os resultados?
Então está na hora de amadurecer, adquirir sabedoria através do conhecimento e pesquisa com compaixão.
O pior de ser irresponsável e obtuso é ter uma experiência irreal, equivocada.
Agora podemos aprender. Somos livres para pesquisar e conhecer que nosso sofrimento é bem menor do que os sofrimentos dos outros.
Podemos ser mais felizes e desejar que os outros também sejam, assim seremos seres humanos melhores.
Quanto tempo mais seremos mesquinhos?
Só porque algo, como uma mentira, combina com nossos interesses, não quer dizer que se tornará uma verdade.
Mesmo que passe muito tempo, a verdade vai aparecer, independente da sua vontade ou de como você pensa.
Que susto levaremos quando descobrirmos que fomos enganados por nossos interesses egoístas!
É como se não estivéssemos lá. Como uma pessoa traída que não viu o óbvio.
Cuidado para não ficar cego pelo interesse pessoal. Cego pela conveniência!
Sendo mais humildes, reconheceremos que não temos todo conhecimento necessário para acertar sempre. Precisamos aumentar nossa perspectiva, nossa pesquisa e análise dos fatos.
Em nome de todos os que não têm outra escolha a não ser aceitar.
Gen Kelsang Chime é Professora residente do Centro Budista Kadampa Vajrayogini em Jundiaí.