IMUNIZAÇÃO

A importância da vacinação na vida das crianças

As vacinas nos protegem contra doenças causadas por patógenos, principalmente bactérias e vírus

Por Redação | 09/10/2022 | Tempo de leitura: 4 min
Jornal de Jundiaí

Reprodução/Internet

Vacina
Vacina

O que são vacinas?

Vacina é uma substância que, quando administrada em nosso corpo, estimula a produção de anticorpos contra uma determinada doença, promovendo a imunidade, ou seja, nos protegendo de uma ou mais doenças.

Como funcionam?

As vacinas nos protegem contra doenças causadas por patógenos, principalmente bactérias e vírus. Ela pode ser feita utilizando-se o patógeno inteiro, utilizando-se organismos mortos ou vivos, porém  atenuados (enfraquecidos); ou ainda por meio de “pedaços” dele (pequenos componentes, ou seja, pedacinhos que fazem com que o nosso sistema imune reconheça como estranho e consiga produzir anticorpos).

Uma vez que a vacina é administrada em uma pessoa, ela vai provocar um estímulo do sistema imunológico e vai fazer com que as nossas células de defesa produzam anticorpos e, além disso, estimulem a memória imunológica (como se fizesse o nosso corpo se lembrar do que ocorreu e responder mais rapidamente). Ou seja, quando a pessoa entrar em contato com determinado agente causador de uma doença para a qual ela foi imunizada, o corpo prontamente responderá produzindo anticorpos e impedindo a pessoa de ficar doente.

São seguras?

Sim. Vacinas são extremamente seguras e habitualmente as reações adversas de uma determinada vacina são febre e reações no local da aplicação. Pode haver reações alérgicas mais sérias e eventuais eventos mais raros. No entanto, o risco de complicações pelas doenças que as vacinas protegem são muito maiores que o risco causado pelas vacinas.

Por que devo vacinar minha criança?

Todos devem ser vacinados para adquirirem proteção contra doenças que muitas vezes são bastante agressivas. Por exemplo, o sarampo, além de causar as erupções cutâneas, pode levar à complicações sérias como miocardite, complicações pulmonares e até meningoencefalite. Além disso, quando alguém se vacina, além de se proteger, ele protege a comunidade, diminuindo a transmissão da doença para outras pessoas que podem ser sensíveis a esta doença. Vacinar é um ato de proteção individual e coletiva.

Meu filho acabou de nascer, ele aguenta todas essas vacinas?

Sim. Todas as vacinas que são administradas na criança seguem um calendário, que é feito pelo Ministério da Saúde ou por outras sociedades médicas, levando-se em consideração os riscos e benefícios de cada vacina em cada idade.

Mas essas doenças não estão presentes na minha cidade. Por que eu ainda preciso vacinar meu filho ou filha?

As vacinas que são administradas nas crianças são para doenças que, infelizmente, ainda não foram erradicadas. Por exemplo a poliomielite, que apesar de não estar presente em nosso meio (estávamos perto da erradicação), vem reaparecendo no mundo. No ano passado, no Brasil, tivemos uma porcentagem muito baixa de cobertura vacinal para muitas doenças (especialmente o sarampo, caxumba, rubéola e poliomielite). Com a cobertura vacinal baixa, existe um risco alto de reaparecimento destas doenças, e por isso a nova campanha de pólio neste momento.

Uma vacina pode fazer meu filho ficar doente?

Habitualmente os eventos adversos de uma vacina são febre e reações locais (dor e vermelhidão no local de aplicação). Muito raramente, pode haver eventos severos, mas a frequência é muito rara. Como dito anteriormente, o risco de complicação por uma doença é muito maior que o risco de complicação por uma vacina. Devemos lembrar que nem sempre a doença natural confere imunidade (o caso do tétano, por exemplo), e por isso a importância de se vacinar.

Onde encontro o cronograma de vacinas recomendado?

Nas unidades de saúde você pode encontrar o calendário vacinal do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde do Brasil, ou também pelo site: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao

A Sociedade Brasileira de Pediatria também disponibiliza um calendário atualizado ano a ano, disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23625b-DC_Calendario_Vacinacao_-_Atualizacao_2022.pdf

E existem também o calendário disponibilizado pela Sociedade Brasileira de imunizações: https://sbim.org.br/calendarios-de-vacinacao

Covid e vacinação

A vacina em crianças é diferente da vacina dos adultos?

Sim. Apesar das vacinas contra covid nas crianças serem feitas da mesma forma que as plataformas de adultos, existem algumas diferenças:

1- Coronavac - feita a partir de vírus inteiro inativado (morto). Pode ser administrada em crianças a partir dos 3 anos de idade, no esquema de duas doses, reforço indicado em adolescentes a partir dos 12 anos.

2- Pfizer – vacina de RNA mensageiro, indicada a partir dos 5 anos de idade, com dose menor do que a dos adultos em crianças de 5 a 11 anos de idade. Administrada no esquema de duas doses, com intervalo de 8 semanas entre elas.

3- Jansen e Astra-Zeneca – vacinas de vetor viral (adenovírus), e nestemomento não estão liberadas para uso em pediatria.

Por que vacinar crianças contra covid-19 se incidência da covid em criança é baixa?

A covid é uma doença que acomete adultos e crianças e geralmente as crianças têm sintomas mais leves. No entanto, algumas cranças podem se apresentar com doença grave, ou seja, nem sempre a doença vai ser de fácil manejo.

Além disso, desde os primeiros casos de covid na Inglaterra, foi descrito a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), complicação decorrente da infecção pelo SARS-COV2 em crianças. Trata-se de uma doença que acomete crianças e adolescentes e cursa com um quadro de inflamação principalmente nos vasos sanguíneos (vasculite), com complicações digestórias, cardíacas, renais e neurológicas.

Aparece cerca de 1 mês após a infecção pelo vírus (assintomática ou não).  É uma doença grave, que necessita internação e tratamento por equipe especializada. Além disso, por ser uma doença de aparecimento recente, implica em acompanhamento de todos os pacientes, tanto pelo quadro agudo, quanto pelo risco de complicações a longo prazo.

Ana Paula Antunes Pascalicchio Bertozzi, pediatra e professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ)

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