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À espera da paz

Por | José Roberto Pinheiro Charone
| Tempo de leitura: 3 min

O Brasil optou, ontem, por levar a eleição presidencial mais polarizada dos últimos tempos, para o segundo turno, que ocorrerá em 30 de outubro, destacando que em alguns estados também haverá segundo turno para o governo, acirrando ainda mais os ânimos.

Por mais que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha ficado em vantagem do atual presidente Jair Messias Bolsonaro, nada está definido. A bem da verdade, a partir de hoje recomeça uma nova campanha eleitoral, zero a zero, para uma nova partida. Bola no centro.

O momento agora é de respirar fundo, controlar as emoções e acalmar os ânimos, além de torcer para que, no decorrer das quatro semanas até o segundo turno, o nível do debate progrida, para que não sirva apenas como comédia e baderna, pois não é no grito que se vence - e sim através de ideias e propostas.

Nessa nova partida, espera-se dos candidatos e seus apoiadores a abertura para um diálogo inteligente e civilista, chega de gritaria e bate-boca. O razoável seria poder aprofundar propostas, dirimir as dúvidas e a possibilidade real de discutir o futuro do Brasil, sem baderna e radicalismo. Um momento de paz cairia bem!

Estou fazendo papel de ingênuo, eu sei. Porque tudo aponta para o contrário e extremo: mais gritaria, mais descontrole, mais baixaria, mais dissimulação e mentiras. É como se aquele último tenebroso debate da TV Globo, na semana passada, seguisse rolando como o chute forte do goleiro colocando a bola na pequena área do time adversário. É lamentável que seja assim, pois na realidade todos nós perdemos.

O resultado desses debates de baixíssima qualidade, é a vergonha nacional, já que, no outro dia, as pessoas ficam atônicas e confusas com aquela palhaçada, ou seja, "zero" de contribuição para que se defina o sufrágio.

Ainda tem o time dos Institutos de Pesquisa, cuja credibilidade desmorona a cada eleição, mas infelizmente ainda têm aqueles que se deixam influenciar com aquele "gol de mão", falso e desleal, então fiquemos atentos, pois quem mente e engana não merece confiança.

A batalha desordenada e sem estratégia em curso, é totalmente prejudicial ao País, deixando de lado o que realmente importa, que são os valores e o plano de governo - por sinal, você por acaso, sabe o que cada candidato concorrente propõe para as áreas da educação e saúde?

Gente, o Brasil tem um caminhão lotado de problemas por resolver, e o excesso de razões (faz com que cada candidato se considere moralmente superior ao outro) é maléfico para a sociedade, uma vez que divergem severamente, confundindo e prejudicando o eleitor na hora de escolher em quem votar.

O momento é de focar nas propostas e deixar claro que não haverá "gol de ouro". É hora de baixar a bola, reduzir a intensidade da garganta, porque, às 17 horas do dia 30 de outubro, no apito do juiz, um dos lados será eleito Presidente do Brasil. E o cenário que não queremos é o da instabilidade, do ódio, do radicalismo, da ausência de valores e da intolerância. Precisamos que o time da democracia vença o jogo, para levantarmos o troféu da paz.

José Roberto Charone é advogado

[email protected]
Contato: 011 99947-6677

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