O ex-repórter da TV Globo Marcelo Canellas publicou na terça-feira, 9, um vídeo gravado em Franca (veja no final do texto), mostrando o Teatro Judas Iscariotes e contando sobre a história do local. O tema principal abordado foi sobre o homem "mais odiado" por católicos e evangélicos ter um teatro com nome em sua homenagem.
Na visita ao local, Marcelo encontrou Felipe Salomão, que já foi presidente do teatro e, também, da Fundação Espírita que leva o mesmo nome do referido traidor de Cristo, em meados dos anos 2000. Segundo ele, as pessoas não precisam malhar Judas, e sim, perdoá-lo.
“O espiritismo não vê o Judas como um traidor de Jesus, ele vê o Judas como o cumpridor de uma tarefa. Jesus já sabia que ia acontecer daquele jeito, ele até pronunciou tudo isso: ‘eles vão fazer comigo o que fizeram com os outros’, quer dizer, Jesus sabia de tudo isso”, disse Felipe.
Sobre a aceitação do nome do local, Felipe contou que, de início, as pessoas não aceitaram e ficaram chocadas, até mesmo dizendo que os integrantes da Fundação preferiam o traidor ao próprio Jesus Cristo. Após alguns anos, o nome do teatro e do Centro Espírita caíram no costume de todos e Felipe, tendo sido presidente entre 1999 e 2000, nunca se arrependeu de carregar o nome da instituição.
“Eu tinha orgulho, estava fazendo aquilo que Jesus me mandou fazer: perdoar”, concluiu Felipe.
O Teatro Judas Iscariotes e a Fundação Espírita de mesmo nome recebem pessoas cotidianamente e ficam localizados na rua José Marques García, 395, no bairro Cidade Nova.
Quem foi Judas Iscariotes?
Judas Iscariotes aparece nos Evangelhos como um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, lembrado pela entrega de Jesus aos soldados romanos em troca de 30 moedas de prata. A cena em que identifica o mestre com um beijo consolidou a expressão “beijo de Judas”, associada à ideia de traição ao longo dos séculos.
Os registros apontam que Judas teria nascido em Jerusalém por volta de 3 a.C. e era o único entre os discípulos que não vinha da Galileia. Filho de Simão Iscariotes, ligado provavelmente à seita dos Zelotes, ele acabou responsável pelo dinheiro do grupo, função atribuída por ser considerado o mais instruído entre os apóstolos.
Nos relatos canônicos, Judas é citado como o discípulo que levou as autoridades romanas até Jesus, acusando-o de se apresentar como o rei dos judeus e de incitar o povo. A prisão ocorreu no Monte das Oliveiras, seguida pela transferência aos sacerdotes e, posteriormente, ao governador romano Pôncio Pilatos.
Após a condenação, Jesus foi açoitado, recebeu uma coroa de espinhos e foi entregue para a crucificação. As narrativas contam que Judas teria se arrependido ao ver o desfecho da entrega e acabou se enforcando em uma figueira.
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