MORTE EM FRANCA

Jovem confessa assassinato: 'Antes ele do que minha família'

Por Laís Bachur | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Laís Bachur/GCN
Guilherme Vítor Silva Castro, de 21 anos, acusado de homicídio, e a vítima Donizeti Coelho de Araújo, 33
Guilherme Vítor Silva Castro, de 21 anos, acusado de homicídio, e a vítima Donizeti Coelho de Araújo, 33

Guilherme Vítor Silva Castro, de 21 anos, se apresentou espontaneamente à DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Franca, nesta quarta-feira, 10. Acompanhado de sua advogada, Kellen Alves, ele confessou ser o autor dos disparos que tiraram a vida de Donizeti Coelho de Araújo Ferreira, de 33 anos, no último domingo, 7, no bairro City Petrópolis, zona norte da cidade.

Segundo a defesa, Guilherme vivia há meses sob pressão e ameaças constantes da vítima, que era seu concunhado. Os dois já tinham se desentendido em outras ocasiões, e registros policiais confirmam ao menos dois boletins de ocorrência feitos por Guilherme contra Donizeti.

Em uma das situações, Donizeti teria ido até a casa do acusado e, usando uma corda presa à caminhonete, arrebentou o portão da residência, retirando-o por inteiro. O motivo seria um desentendimento envolvendo roupas e objetos pessoais da ex-companheira de Guilherme, irmã da namorada de Donizeti.

Além disso, o acusado relatou que a vítima já havia apontado arma contra ele em cinco oportunidades diferentes, e que a tensão entre as famílias só aumentava.

No domingo, 7, Guilherme afirmou que estava na casa dos pais quando ouviu disparos próximos à residência. Ao sair com familiares para verificar o que estava acontecendo, se deparou com Donizeti chegando em sua caminhonete.

Segundo o relato, o homem chegou em seu veículo exaltado e ameaçou matar toda a família. Durante a discussão, o pai de Guilherme deu um tapa no retrovisor da caminhonete, momento em que Donizeti teria sacado uma arma.

Neste momento, Donizeti avançou com o veículo em direção ao imóvel, chegando a invadir parte da casa e atingir o carro da família que estava estacionado na garagem. Ele também garante que percebeu uma faca na cintura da vítima e, temendo uma tragédia, correu até a caminhonete, pegou a arma que estava no veículo e disparou contra Donizeti.

Vídeo de câmera se gurança mostra que, com os pais contendo a vítima já caído no chão, Guilherme pega a arma do próprio Donizetti e atira. Ele morreu no local. “Antes ele do que minha família. Ele já apontou arma para mim, não foi nem uma, nem duas, foram cinco vezes. Eu estou arrependido. Se pudesse voltar atrás, não teria feito o que fiz”, disse Guilherme.

Após o crime, Guilherme contou que se desfez da arma do homicídio, jogando-a em uma esquina próxima ao local. Ele levou os policiais até o ponto onde afirmou ter descartado o revólver, mas o objeto ainda não foi localizado. “Fui com os policiais até onde descartei a arma, pra mostrar que eu não preciso disso, eu só queria proteger minha família, ninguém mexe com a minha família”, conclui Guilherme.

O autor também afirmou em entrevista que não há relação com dinheiro ou agiotagem. “Minha família não precisa disso!”

Homicídio qualificado

O delegado Márcio Murari, responsável pelo caso, explicou que o crime está sendo tratado como homicídio qualificado. Se a arma não for localizada, Guilherme poderá responder também por furto, já que retirou o objeto do local do crime. O inquérito seguirá para apurar minuciosamente as ameaças relatadas, a existência de arma com a vítima e os antecedentes do conflito.

“É um impasse que já se arrastava há tempos, envolvendo familiares, desentendimentos conjugais e episódios violentos. O trabalho agora é esclarecer cada detalhe para que a Justiça possa avaliar com clareza”, concluiu o delegado.

O jovem não tem antecedentes criminais e, a princípio, responderá em liberdade. “Nós vamos ouvir os demais envolvidos que podem responder inclusive pela coautoria desse crime. Estamos aguardando laudos periciais, vamos ouvir também familiares, inclusive da ex-esposa do acusado, todos serão intimados para prestar depoimento”.

Não há comprovação que a vítima teria uma faca. As investigações continuam.

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Comentários

1 Comentários

  • Dirceu 10/09/2025
    Mais um valentão que foi pra vala. O rapaz agiu em legítima defesa dele e da família... se o outro tivesse pegado a arma antes, a tragédia seria bem maior.