O futebol feminino vem ganhando espaço cada vez mais no Brasil. Uma jogadora que passou sua infância em Franca, também vem se destacando na categoria de base da Ferroviária, de Araraquara, comemorando a primeira convocação para a seleção brasileira feminina sub-17.

Hellena Victória Brito da Cruz, 16 anos, é um dos nomes na lista da equipe brasileira que irá se preparar para a Copa do Mundo da categoria, de 17 de outubro a 8 de novembro, no Marrocos.

Em entrevista exclusiva ao GCN/Sampi, a meio-campista conta que chegou a jogar em um time masculino na escolinha da Francana, porque o clube não tinha equipe feminina. Diz que sempre contou com o apoio da família e lembra da primeira chuteira "laranja". “Tudo começou quando eu tinha mais ou menos uns 10 anos. Meu padrasto sempre ia para os jogos em quadras, campeonatos, e depois dos jogos, ele ficava batendo bola comigo. Eu lembro até que era uma bolinha pequenininha e uma chuteirinha laranja, minha mãe fala até hoje das chuteiras”, lembra a atleta, que é natural de São Paulo, mas veio para Franca aos 2 anos de idade.

Hellena conta que cresceu jogando bola nas ruas do bairro onde morava – no Jardim Paraty, zona sul de Franca – e que um dia estava em um ônibus e viu o anúncio de uma seletiva para a escolinha de futebol da Francana. Aí tudo começou. “Um dia eu estava num ônibus com a minha mãe. Vi o número da escolinha da Francaninha. Eu falei:  'Mãe, liga lá'. Daí, minha mãe ligou. A moça falou que não tinha futebol para meninas. Minha mãe falou: 'Não tem problema, pode colocar ela com os meninos mesmo'. Depois de um tempo na Francaninha, fui para o Rose’n Boys”.

A atleta disse que há cerca de quatro anos, participou de uma Copinha em São Carlos, pelo time do Rose’n Boys, despertando a atenção de olheiros da Ferroviária. “Eles (agentes de captação de talentos) entraram em contato com meus pais e a gente fez a avaliação logo depois, quando eu fiz aniversário de 14 anos. Desde então, faz quase três anos na Ferroviária”.

A filha de Ana Paula e William e que considera o padrasto Marcelo como um pai, diz que o apoio da família é importante. Admira algumas jogadoras consagradas, como a craque Marta, mas a inspiração dela é sua mãe. “Meu padrasto me criou muito bem e sempre puxou minha orelha em momentos sérios, deu risadas comigo também em momentos engraçados. Minha mãe, eu faço tudo por ela e para meu irmãozinho. Quero retribuir tudo que eles fizeram por mim. Minha inspiração é a minha mãe, por tudo que ela passou, por muitas dificuldades e não abaixou a cabeça em nenhum momento”.