INVESTIGAÇÃO

Polícia Federal afirma que Bolsonaro recebeu R$ 30 mi em um ano

Por José Marques | Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Análise da PF se baseia em informações levantadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras nas movimentações financeiras de Jair Bolsonaro
Análise da PF se baseia em informações levantadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras nas movimentações financeiras de Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu cerca de R$ 30 milhões em suas contas bancárias entre março de 2023 e fevereiro de 2024, aponta uma análise da Polícia Federal juntada ao inquérito sobre as suspeitas de obstrução do julgamento da trama golpista.

A análise se baseia em informações levantadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) nas movimentações financeiras do ex-presidente.

O Coaf diz que há suspeitas de indícios de lavagem de dinheiro e de outros ilícitos penais por parte do ex-presidente e do seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). "O ex-presidente Jair Bolsonaro foi identificado como parte envolvida em comunicações reportadas por unidades de inteligência financeira ao Coaf", diz a análise da PF.

"As operações financeiras com suspeitas de serem ocorrências de lavagem de dinheiro e outros ilícitos identificadas nas contas de titularidade de Jair Bolsonaro ocorreram entre 01/03/2023 e 05/06/2025."

O documento levanta que "no período de 01/03/2023 a 07/02/2024, foram movimentados R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos".

Nesta quarta-feira (20), a Polícia Federal indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro sob suspeita de obstrução do julgamento da trama golpista, em curso no STF (Supremo Tribunal Federal).

O relatório final da investigação afirma haver indícios de que os dois cometeram crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, e levanta suspeitas de descumprimentos de medidas cautelares.

O pastor Silas Malafaia, apoiador de Bolsonaro, também foi alvo de operação da PF. Ele teve o telefone celular apreendido no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ao desembarcar de Lisboa.

Houve, ainda, o cancelamento dos passaportes do pastor, que não pode manter contato com Jair e Eduardo Bolsonaro, mesmo por intermédio de outras pessoas.

Após a divulgação do relatório, a defesa de Bolsonaro disse, em nota assinada pelos advogados Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Tesser, que "jamais houve o descumprimento de qualquer medida cautelar previamente imposta".

Acrescentaram que farão esclarecimentos dentro do prazo fixado pelo ministro relator do caso, Alexandre de Moraes.

Também após o relatório, Eduardo afirmou em nota que a atuação dele nos EUA não tem objetivo de interferir no processo em curso no Brasil e chamou de "crime absolutamente delirante" os apontamentos da Polícia Federal que resultaram em seu indiciamento e no de seu pai.

Ele disse ainda ser "lamentável e vergonhoso" o que ele chamou de vazamento de conversas entre pai e filho.

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