Diferentemente da ficção das telonas, às vezes, um herói apenas empurra um carrinho, carrega um babador e troca fraldas. Até há pouco tempo atrás longe dos holofotes das redes sociais, onde atualmente expõe suas dificuldades a milhares de seguidores no TikTok e Instagram, o pai solo Marcos Roberto Berck, 41 anos, vive em função de suas duas filhas: a caçula Mharessa, de 6 anos, e a mais velha, Thalita, de 9 anos, que nasceu com uma deficiência raríssima, única no Brasil, de acordo com ele.
A família vivia em Pirassununga (SP), onde, de acordo com Marcos, a saúde pública local não era capaz de oferecer qualidade de vida a Thalita. Isso a obrigou a percorrer outros caminhos nos últimos anos: morou em Bauru, para ficar próximo ao Centrinho, depois em São Paulo e, atualmente, reside em Botucatu.
Nas redes sociais, Marcos mostra sua rotina e dá lições de superação nos perfis @paizinhooficial e @eusoupaiguerreiro. A pergunta mais frequente que ele recebe é: onde está a mãe das meninas? "Ela nos deixou", resume.
Marcos conta que sempre sonhou em ser pai. Casado à época, em Pirassununga, o pré-natal não identificou qualquer deficiência em Thalita — descoberta apenas no parto. "Quando ela nasceu, nos deram algumas horas de expectativa de vida", recorda.
Depois, começou sua epopeia. Com dificuldade em receber atendimento no Centrinho, mudou-se para Bauru. "Depois retornamos. Atualmente, a Thalita tem consultas duas vezes por ano (no Centrinho)", afirma.
"Fui morar em São Paulo com o objetivo de conseguir uma cirurgia de reconstrução de face. Minha filha só consegue enxergar com um olho. Se a cirurgia fosse feita, ela ficaria totalmente cega", relata.
Na Capital, Marcos conheceu Pablo Marçal, coach e guru midiático, que o incentivou a ingressar nas redes sociais e contar sua história de vida. Por meio delas, conseguiu auxílio para se mudar para Botucatu, cidade onde se instalou definitivamente para cuidar das filhas.
No Hospital da Unesp, Thalita recebe todo o tratamento neurológico. Ela também é assistida pela Apae. No município, Marcos conta com ajuda de um empresário que prefere não ser identificado. Todo o tratamento de Thalita, que inclui o uso de canabidiol, tem um custo fixo mensal de mais R$ 2,5 mil.
"Graças a este empresário, moro em um apartamento que ganhamos. Ele também me auxilia mensalmente com uma ajuda de custo, que é uma importante renda complementar ao meu trabalho e ao LOAS (benefício do governo federal)", finaliza o "Paizinho Guerreiro", que só quer um presente neste Dia dos Pais: mais um abraço das filhas.
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