A Associação Atlética Oriente (A.A. Oriente) foi penalizada pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semel) de Bauru por ter inscrito um atleta profissional na Copa Semel 2025. Segundo a denúncia formalizada junto à pasta, o jogador Wesley Simeão do Santos ainda mantém vínculos com o Kercem Ajax F.C., sediado em Malta, na Europa.
O artigo violado prevê que só será permitida a inscrição de atleta profissional na 13ª Copa Semel de Futebol cujo contrato tenha vencido ou feito sua rescisão em 2024. Ainda segundo o regulamento, o clube será punido com a perda do jogo disputado contra a Associação Atlética Luziana (A. A. Luziana), que formalizou a denúncia, por W.O., com placar de 3 a 0 a favor da agremiação adversária.
Originalmente, a partida tinha terminado favorável para o Oriente, que venceu o Luziana por 2 a 0 no último domingo (3). A partida era válida pela terceira rodada e ocorreu no Estádio Edmundo Coube. Wesley Simeão, aliás, foi o autor do segundo gol.
O atleta, por sua vez, será eliminado do campeonato e suspenso por dois anos da competição. A decisão foi publicada em ofício da Semel encaminhado à imprensa.
Segundo o documento, a A. A. Luziana protocolou na terça-feira (5) a denúncia contra o atleta. A informação teria sido obtida através de publicação feita no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O A. A. Oriente chegou a apresentar uma defesa prévia a respeito da situação contratual do atleta, em que alega existir o vínculo com o clube maltês no sistema BID. No entanto, a agremiação juntou declaração em inglês esclarecendo que o jogador não é mais membro da equipe desde abril de 2022.
Para a Semel, a antecipação do clube punido indica que estavam cientes da situação irregular do atleta. “Inclusive, confirma essa situação ao alegar que 'consta em aberto o contrato do atleta com o clube Kercem Ajax F.C.'”, afirma o ofício.
“O clube também não apresentou qualquer comprovação a respeito de um eventual erro ou atraso no cadastro do atleta no BID, de forma que devemos tomar como verdadeira a informação constante no boletim”, complementa.
A Semel também avaliou que o documento anexado pelo Oriente não possui validade jurídica perante a legislação brasileira. “Um documento estrangeiro precisa ser legalizado e apostilado (caso o país de origem seja signatário da Convenção de Haia, que é o caso de Malta) e traduzido para o português por um tradutor juramentado. Esse processo envolve a autenticidade do documento no país de origem e, em seguida, a sua tradução para o português”, informa a pasta.
Em nota encaminhada ao JC, o A.A. Oriente informou que a documentação apresentada é legítima e que “a equipe não agiu de má-fé ao inscrever o referido atleta”. “Ressaltamos que adotaremos todas as providências cabíveis perante a Justiça para que não haja qualquer injustiça, e para que o time A.A. Oriente não seja injustamente acusado de fraude”, declara a agremiação.
“Reiteramos nosso repúdio a qualquer tipo de irregularidade administrativa e reforçamos que jamais agiríamos de maneira desonesta ou contrária aos princípios de ética e fair play que norteiam o nosso trabalho e participação nas competições”, complementa a nota.
Ao JC, o jogador Wesley Simeão, que também foi punido pela Semel, informou que ainda não entendeu o que está acontecendo. "Em 2023 eu disputei a Copa Semel e agora voltei em 2025. Eu tenho a rescisão com clube [Kercem Ajax F.C] e eram 9 meses de contrato, que acabaram em 2022. Eu tenho toda a documentação. Estão me julgando numa coisa que não existe", disse. O atleta também pontou que o problema não afetará sua carreira profissional. "Mas querendo ou não eu fico chateado. Esse campeonato [Copa Semel] é um dos melhores da região e todo jogador quer estar presente", afirma.
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