A francana Maíra Ferreira de Araújo Franco, de 30 anos, professora e designer de moda, foi selecionada como finalista do Concurso Moda Inclusiva 2025, promovido pela SEDPcD (Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência). A coleção inscrita por ela foi criada em homenagem à irmã, Maísa, que tinha Síndrome de Down e Autismo, e morreu no ano passado, aos 36 anos.
A proposta da designer partiu de uma trajetória pessoal e acadêmica dedicada à inclusão. Desde 2013, quando ainda era estudante de Design de Moda, Maíra pesquisa o tema e, inclusive, já havia sido finalista do mesmo concurso, em sua quinta edição. A ideia para a nova coleção surgiu da literatura, inspirada em um conto de João Guimarães Rosa, e foi desenvolvida com foco em mulheres com amputação que não utilizam prótese.
"Essa coleção foi adaptada especialmente para a minha modelo, a Luciana Mantovani, que também mora em Franca e usa muleta para locomoção. Conversamos bastante até encontrar soluções que unissem estética, conforto e funcionalidade", explicou.
Entre os desafios enfrentados estavam a escolha adequada dos tecidos e a reorganização de elementos como bolsos, fendas e recortes, respeitando a ergonomia e as limitações de mobilidade. Maíra defende que a moda inclusiva tem papel fundamental na autoestima de pessoas com deficiência.
“A forma como nos vestimos impacta diretamente nossa confiança. Ter uma deficiência não pode impedir ninguém de vestir algo confortável, bonito e cheio de estilo”, afirmou.
A coleção também foi pensada sob os princípios do design universal, para atender diferentes tipos de corpos, não apenas com adaptações pontuais.
A designer avalia que Franca tem potencial e incentivo para quem deseja empreender na moda. Ela cita iniciativas como o Franca Mais Moda, o trabalho do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), além do suporte do Sebrae e da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca), como essenciais para o desenvolvimento do setor. "Temos profissionais extremamente talentosos e uma estrutura cada vez mais voltada à qualificação e inovação", destacou.
Representar Franca em um concurso de alcance nacional é, para ela, motivo de orgulho e também de responsabilidade. "Mais do que participar, quero contribuir para a conscientização sobre a importância da inclusão. Estou à disposição de empresas, gestores e instituições da cidade que queiram conhecer mais sobre moda inclusiva ou desenvolver ações nesse sentido", concluiu.
Sobre o concurso
O anúncio dos 20 finalistas do Concurso Moda Inclusiva 2025 foi feito durante uma roda de conversa realizada na sede da SEDPcD, em São Paulo, no final de junho. O evento, promovido em parceria com o Instituto Brasil Eco Fashion, discutiu caminhos para uma moda mais sustentável, funcional e representativa.
A iniciativa desafia estudantes e profissionais de Moda e Design a criarem peças pensadas para atender às necessidades específicas de pessoas com deficiência. Nesta edição, a final reúne representantes de quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná. A etapa decisiva, com desfile das coleções selecionadas, acontece nesta segunda-feira, 11, às 18h, na Pinacoteca de São Paulo, localizada na Luz, centro de São Paulo.
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Comentários
1 Comentários
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Olivia 11/08/2025Legal! Amei a iniciativa. Parabéns e sucesso!