
O setor de fabricação de calçados de couro é o principal responsável pelos afastamentos de trabalhadores em Franca, conforme dados analisados entre 2012 e 2024. Esse segmento lidera tanto os afastamentos por acidentes de trabalho quanto os não acidentários, com 45 e 770 registros, respectivamente. Os dados são do sistema SmartLab, que mede a segurança e saúde no ambiente de trabalho.
A participação do setor no total de afastamentos ao longo desses anos é bastante significativa. Ele representa 15,2% dos afastamentos acidentários e 19,6% dos afastamentos não acidentários. Em 2024, essa tendência se mantém, com a fabricação de calçados de couro respondendo por 10,2% dos afastamentos acidentários e 13,9% dos não acidentários.
Outros setores também apresentam números expressivos de afastamentos. As atividades de atendimento hospitalar, por exemplo, são responsáveis por 6,3% dos afastamentos acidentários e 3% dos não acidentários. Já o comércio varejista de mercadorias em geral registra 5,2% de afastamentos acidentários e 10,4% de afastamentos não acidentários. A administração pública, por sua vez, corresponde a 3,8% dos afastamentos acidentários e 4,6% dos não acidentários.
Empregados por setor
De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, em fevereiro deste ano, 15.876 trabalhavam no setor da indústria de calçados e couro; 28.604 no comércio; e 18.721 no subgrupamento "administração pública., defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais".
Afastamentos não acidentários
Nos diagnósticos de saúde mais recorrentes, destacam-se a dorsalgia (dores nas costas), que responde por 17% dos afastamentos acidentários, lesões no ombro, com 13,2%, e distúrbios emocionais e mentais, como depressão e ansiedade, que representam mais de 5% dos afastamentos não acidentários.
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Comentários
1 Comentários
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Francano 23/04/2025Salário miserável + condições precárias de trabalho + carga horária desumana... é mais que natural que o índice seja alto! Há quem romantiza o fato de Franca ser uma cidade operária e muitas vezes uma dos poucos polos calçadistas no mundo, mas a verdade é que isso não tem graça nenhuma... as condições são as mesmas de 30 anos atrás...Ninguém enriquece no chão de fábrica, ninguém consegue ter condições razoáveis se não dobrar a carga, ter outras fontes de renda...Uma pena! Pois poderíamos ter nos modernizado como muitas empresas do Sul fizeram... Vamos aguardar e ver como será a transição familiar até 2030 na maioria das fábricas que começaram nos anos 80 e 90...