TRABALHO ESCRAVO

Duas empresas da região de Franca fazem parte da 'Lista Suja'

Por Hevertom Tales | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/MPT
Alojamento precário para trabalhadores: homens dormiam na varanda
Alojamento precário para trabalhadores: homens dormiam na varanda

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) incluiu duas empresas da região de Franca na Lista Suja de empresas que utilizam trabalho análogo à escravidão. A lista foi publicada na última quarta-feira, 9, com 155 empregadores. Na região, as propriedades ficam nos municípios de Pedregulho e Patrocínio Paulista.

De acordo com os dados divulgados pelo MTE, fazem parte da lista a Fazenda Nossa Senhora das Graças, localizada na zona rural de Pedregulho, e a empresa P. Felício Veronez Neto e Outro, com sede rural em Patrocínio Paulista. Ambas tiveram os nomes incluídos por decisão final após processo administrativo baseado em autos de infração lavrados por auditores fiscais do trabalho.

Na Fazenda Nossa Senhora das Graças de Pedregulho, foram encontrados 56 trabalhadores em condições análogas à escravidão. Já na Fazenda P. Felício Veronez Neto e Outro, foram 17 funcionários nestas condições.

Lista Suja

A inclusão de um empregador na Lista Suja ocorre somente após a conclusão do processo administrativo, garantindo o direito de defesa e recurso em duas instâncias. Uma vez incluído, o nome permanece por dois anos no cadastro - razão pela qual, nesta mesma atualização, 120 nomes foram retirados por terem cumprido esse prazo.

A publicação do cadastro atende à Portaria Interministerial nº 18, de 13 de setembro de 2024, e tem como objetivo garantir transparência às ações de combate ao trabalho análogo à escravidão, conforme reforçado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em decisão de 2020. A Corte confirmou a constitucionalidade da lista, entendendo que se trata de uma medida de transparência ativa, e não uma penalidade.

Na edição de abril, as principais atividades econômicas relacionadas às inclusões foram criação de bovinos (21 casos), cultivo de café (20), trabalho doméstico (18) e produção de carvão vegetal (10) - setores que concentram históricos de violações graves.

Segundo o MTE, durante as ações de fiscalização da Inspeção do Trabalho, quando são identificadas condições análogas à escravidão, os auditores registram autos de infração específicos, os quais detalham a situação irregular. Esses documentos dão início ao processo que pode culminar com a inclusão do nome na “Lista Suja”.

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Comentários

4 Comentários

  • Marta Hari 14/04/2025
    Interessante que em algumas usinas da região ninguém fiscaliza…por q será?
  • Antonio 14/04/2025
    Sem o agro o brasil não existiria mais ...\"e ainda bancão de riquinhos...\"ah...ele é comedor de capim...desc.
  • Darsio 14/04/2025
    É por isso que o agro odeia o Lula, pois afinal o petista vive incomodando os negócios dos senhores da casa grande. Homens de Deus e amantes da pátria.
  • EU EUE EU 14/04/2025
    ISSO VÊM DO TAL AGRO???? O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) TEM QUE FAZER IGUAL FAZIA NO PASSADO. TÊM VÁRIAS OUTRAS EMPRESAS PIOR NA REGIÃO DE FRANCA, IBIRACI MG, PEDREGULHO. POR ISSO QUE O AGRO É FODA NÉ, TEM INCENTIVOS FISCAIS, NÃO PAGAM OS EMPRESTISMOS E AINDA BANCÃO DE RIQUINHOS....