STF DECIDE

Pais que não vacinaram filhos contra Covid podem ser multados

Por José Marques | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/ Rovena Rosa/Age?ncia Brasil
A multa será revertida para um fundo dos direitos da criança e do adolescente.
A multa será revertida para um fundo dos direitos da criança e do adolescente.

A Terceira Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu, em julgamento realizado na última terça-feira (18), que pais que se recusarem a vacinar seus filhos contra a Covid-19 estão sujeitos a pagamento de multa por negligência.

Leia mais: Mães vacinadas contra covid protegem bebês com aleitamento

No julgamento, o tribunal manteve uma decisão da Justiça do Paraná de multar em três salários mínimos (R$ 4.554, hoje) um casal que durante a pandemia se recusou a levar a filha de 11 anos para se vacinar. A votação foi unânime.

Antes da decisão, a família foi orientada sobre a necessidade de vacinação pelo Conselho Tutelar e pelo Ministério Público. A multa será revertida para um fundo dos direitos da criança e do adolescente.

O tribunal aponta que o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou constitucional a obrigatoriedade da imunização ao julgar o tema.

Em sua defesa, os pais argumentaram que o Supremo não declarou que a vacina contra a Covid-19 era obrigatória, apenas estabeleceu parâmetros para que a exigência fosse constitucional. Também disseram temer eventuais efeitos adversos do imunizante.

A relatora, ministra Nancy Andrighi, afirmou em seu voto que "salvo eventual risco concreto à integridade psicofísica da criança ou do adolescente, não lhe sendo recomendável o uso de determinada vacina, a escusa dos pais será considerada negligência parental, passível de sanção estatal, ante a preponderância do melhor interesse sobre sua autonomia".

A ministra disse ainda que foi "caracterizado o abuso da autoridade parental, tendo em vista a quebra da paternidade responsável e a violação do melhor interesse da criança".

Também afirmou que "a vacinação não significa a proteção individual das crianças e adolescentes, mas representa um pacto coletivo pela saúde de todos, a fim de erradicar doenças ou minimizar suas sequelas, garantindo-se uma infância saudável e protegida".

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários