
Vários cavalos foram flagrados por bauruenses, nos últimos dias, vagando por ruas movimentadas da cidade, provocando risco de acidentes. Embora não seja novo, o problema voltou a chamar atenção nas últimas três semanas por conta do volume. Foram ao menos sete registros feitos pelo Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Comupda), procurado pessoas que flagraram, de forma escancarada, maus-tratos em vias públicas e decidiram denunciar ao órgão.
São casos de animais amarrados a postes com cordas que provocam enforcamento, sob sol forte, sem água e alimento. A crueldade contraria a lei que proíbe a criação de animais de grande porte no perímetro urbano de Bauru (leia abaixo).
De acordo com um dos denunciantes, dois equinos, um deles uma égua grávida, morreram após uma suposta situação de maus-tratos no Parque Roosevelt. A fêmea desabou em via pública e foi a óbito com o filhote no útero. Populares tentaram se aproximar para ajudar, mas foram recebidos com agressividade pelos tutores.
Outro cavalo foi fotografado vagando no interior do bosque do Parque União, na região do Jardim Bela Vista. Um dos tristes episódios aconteceu no Jardim Coralina, onde um animal da mesma espécie se enforcava, sem querer, com a corda que o tutor usou para amarrá-lo. Houve ainda o registro de um cavalo que se deitou por exaustão no quarteirão 14 da avenida Rosa Malandrino Mondelli, no Jardim Chapadão. Mais um foi visto na Vila Aviação, além de um trio cavalgando, sem tutores, no Jardim Petrópolis.
Comupda
"Temos ciência do perigo que os fiscais sofrem nas ações de resgate de animais de grande porte, pois, na maioria dos casos, seus tutores se mostram agressivos. No entanto, precisamos resolver este impasse com as autoridades policiais para que esses animais possam ter uma oportunidade de vida digna", diz Doreli Maria Zampieri, presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Comupda).
Ela também destaca que, no momento em que acontece um resgate, os animais são direcionados para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas lá a segurança não é eficiente. "Temos muitos relatos de tentativas de contato com o CCZ sem êxito, principalmente em finais de semana e feriados, o que frustra tanto a proteção animal quanto os munícipes, que se desesperam diante da situação do animal e não encontram a ajuda dos órgãos competentes", afirma.
A reportagem acionou a assessoria de imprensa da prefeitura e aguarda resposta.
A Lei
Conforme a Lei número 7.055/2018, amplamente divulgada pelo JCNET, equinos, bovinos, caprinos, suínos e ovinos não podem ser mantidos no perímetro urbano de Bauru, sob risco de o responsável ter de pagar multa e taxa (com acréscimo de IPCA) para os serviços de remoção e registro do animal. Além disso, será necessário ainda arcar com as diárias, limitadas a cinco dias, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
Em caso de denúncias, a prefeitura recomenda que a população acione o Departamento de Proteção Animal pelo telefone 3235-1401.
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