A COISA FICOU SÉRIA

'Passaralho' enviado por diplomata a colega para na PF

Por | da Redação
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Reprodução/Metrópoles
Sem entender a origem da mensagem e temendo que pudesse se tratar de intimidação, o diplomata levou o caso à PF.
Sem entender a origem da mensagem e temendo que pudesse se tratar de intimidação, o diplomata levou o caso à PF.

Uma brincadeira entre diplomatas do Itamaraty tomou proporções inesperadas e acabou investigada pela Polícia Federal. O episódio envolveu o embaixador Pablo Cardoso, que enviou anonimamente uma correspondência com o desenho de um pênis com asas ao primeiro-secretário Cristiano Ebner, chefe da Divisão de Saúde e Segurança do Servidor (DSS) do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

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Ebner recebeu um envelope supostamente enviado por uma "Fundação Kresus", sem identificação do remetente. No interior, apenas o desenho obsceno. Sem entender a origem da mensagem e temendo que pudesse se tratar de intimidação, o diplomata levou o caso à Corregedoria do MRE e acionou a Polícia Federal.

Ebner exerce funções que envolvem a análise de exames admissionais e perícias médicas, decisões que podem afetar a transferência de servidores para o exterior. Diante disso, ele viu na correspondência um possível risco à sua segurança.

A investigação da PF, com auxílio de imagens de câmeras de segurança dos Correios, identificou o remetente em agosto de 2024: Pablo Cardoso, embaixador em Lisboa e ministro-conselheiro do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Cardoso justificou a atitude como brincadeira. Segundo ele, havia comentado com colegas que, caso recebesse uma instrução numa sexta-feira, faria uma "pegadinha". Ao ser orientado pela DSS, decidiu enviar a carta ao chefe da divisão, sem se identificar. Dois meses depois, enviou uma mensagem a Ebner assumindo a autoria e tentando minimizar o episódio, mas o primeiro-secretário optou por manter a denúncia.

Em outubro, Cardoso assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a manter conduta compatível com seu cargo pelos próximos 24 meses. A Corregedoria do Itamaraty optou por não abrir processo administrativo disciplinar, e a PF arquivou o caso por considerar que não havia elementos suficientes para caracterizar ameaça.

Mesmo após o episódio, Cardoso teve sua carreira diplomática preservada e foi indicado para chefiar a embaixada do Brasil em Guiné-Bissau.

*Com informações do Metrópoles e O Globo, na coluna Lauro Jardim

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