OPINIÃO

Chegou a hora: precisamos declarar guerra ao crime organizado

Por Miguel Francisco | Especial para o GCN
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução

O Brasil vive um momento crítico na segurança pública. Facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) expandiram suas operações para além do tráfico de drogas e armas, infiltrando-se na economia formal, influenciando a política e exercendo domínio total sobre territórios urbanos. A criminalidade deixou de ser um problema de segurança pública isolado e se consolidou como um poder paralelo. É hora de reconhecer essa realidade e declarar guerra total ao crime organizado e aos seus facilitadores, propagandistas e apologistas.

O Auto Proclamado “Filho do Dono”

A recente polêmica da "Lei Anti-Oruan" revelou um fenômeno alarmante: a naturalização da criminalidade como elemento cultural. Movimentos da grande mídia e da esquerda buscam proteger expressões artísticas que, na prática, fazem apologia ao crime, glamourizando facções (muitas vezes nominalmente) e vendendo a violência como uma manifestação legítima da cultura periférica. Isso não é cultura. Isso é propaganda do crime.

Quando um rapper como Oruan, filho de um dos criminosos mais violentos do Brasil, canta sobre a vida no crime e exalta a facção do pai, ele não está apenas retratando uma realidade – ele está perpetuando a mentalidade que alimenta esse ciclo de violência. O mesmo vale para figuras como MC Hariel e outros nomes tidos como moderados no Funk, que se recusam a condenar o caminho de criminosos como Marcinho VP, tratando-os com uma condescendência repugnante. Esse tipo de discurso precisa ser combatido com a mesma força com que se combate à criminalidade armada.

O arquipélago do crime: perdendo o controle do território

A ideia de um “arquipélago de estados inimigos” dentro do Brasil não é um exagero retórico. Assim como Aleksandr Soljenítsin descreveu o sistema de gulags soviéticos como uma rede de territórios desconectados do resto do país, sob um regime de violência e opressão próprios, as áreas dominadas por facções criminosas operam como zonas de exceção dentro do território nacional. Nessas regiões, a lei do Estado cede espaço às regras impostas pelo tráfico e pela milícia. Os cidadãos são reféns de criminosos, a polícia é impedida de atuar e o Estado brasileiro simplesmente abdica de sua soberania.

O exemplo de El Salvador sob o governo de Nayib Bukele mostra que a guerra contra o crime pode ser vencida. Com medidas duras e sem concessões ao discurso de “direitos humanos” para criminosos, Bukele conseguiu reduzir drasticamente os índices de violência no país, desmontando as gangues que antes dominavam cidades inteiras. No Brasil, precisamos de uma abordagem similar: combate implacável, sem espaço para hesitações ou concessões ideológicas.

A infiltração do crime na política e na economia

Não se trata apenas de violência nas ruas. O crime organizado já está entranhado nas instituições, financiando campanhas políticas, utilizando ONGs como fachada para atividades ilícitas e influenciando políticas públicas. Relatórios recentes apontam que PCC e CV firmaram uma trégua estratégica para ampliar seu domínio sobre o sistema penitenciário e facilitar a entrada de seus interesses na formulação de leis e decisões judiciais. Essa influência vai desde a defesa de pautas como o desencarceramento até a articulação para enfraquecer leis que dificultam o financiamento do crime.

A infiltração também ocorre na economia formal. Facções criminosas atuam em setores como mineração, transporte, combustíveis e mercado imobiliário, utilizando empresas de fachada para lavar dinheiro e consolidar seu poder. A resposta do governo tem sido tímida, insuficiente para reverter esse cenário. O Estado brasileiro precisa recuperar sua autoridade e reprimir o crime organizado em todas as frentes.

O papel das forças de segurança

A criminalidade se combate com força, inteligência e determinação. O Brasil precisa de um sistema penal rígido, com penas severas para crimes ligados a facções e lavagem de dinheiro. O sistema prisional deve ser reformado e controlado de maneira que impeça a comunicação dos chefes do crime com suas organizações externas. As forças de segurança devem atuar de maneira integrada, utilizando tecnologia avançada e inteligência compartilhada para desmantelar as redes criminosas de forma coordenada. Além disso, é necessário um controle mais rígido sobre os fluxos financeiros ilícitos, impedindo que o dinheiro sujo do crime organizado se infiltre na economia formal. A glorificação do crime na cultura popular também precisa ser combatida de maneira implacável, com a criminalização efetiva da apologia ao crime e medidas eficazes para desmantelar as redes que promovem essa mentalidade.

Avançamos agora, ou talvez nunca mais.

O Brasil já perdeu muito tempo com discursos lenientes e políticas ineficazes. Chegamos a um ponto em que o crime organizado não é mais apenas um problema de segurança pública – é uma ameaça existencial ao Estado brasileiro. Para reverter esse quadro, precisamos abandonar qualquer ilusão de negociação ou conciliação. Essa é uma guerra que precisa ser travada com todos os recursos disponíveis, até que o último bastião do crime seja derrubado e o país recupere sua soberania.

Não há alternativa. O Brasil precisa declarar guerra ao crime organizado – e vencê-la.

Miguel Francisco é mecatrônico, coordenador estadual do Movimento Brasil Livre, estudante de Direito na UNESP de Franca e Colunista no portal GCN.

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Comentários

6 Comentários

  • Antonio 23/02/2025
    Rafael, o colunista pode não entender nada de nada, como você disse, más ele entende muito mais que você que só escreveu bobagens.
  • rita de cassia 20/02/2025
    Dá até um alívio ler isso, porque a maioria da imprensa finge que o problema não existe. Quem vive em cidade grande sabe que a lei do tráfico vale mais que a lei do Brasil em muitos lugares. Chega de romantizar o crime! Precisamos de um governo que combata essa gente sem medo de represália da mídia e dos \'especialistas\' de gabinete.
  • JOÃO MEIRELLES 20/02/2025
    O texto tá certo demais!!! O país tá dominado pelo crime e ainda tem gente defendendo esses ‘coitadinhos’ que matam, roubam e traficam. Enquanto a esquerda protege bandido e a mídia glamoriza o tráfico, quem sofre é o cidadão de bem. Ou o Brasil endurece agora ou já era!
  • Rafael Rosa Antunes 20/02/2025
    Finalmente alguém falando a verdade sem rodeios. O crime organizado virou um Estado paralelo e ninguém faz nada. Enquanto isso, político fala em ‘reinserção social’ enquanto as facções tomam conta de bairros inteiros. O Brasil precisa agir como El Salvador, chega de papo furado, tem que ser guerra total contra esses grupos.
  • EDERSON JOSE FERNANDES CHAVES 19/02/2025
    Precisamos com urgência acabar com está cultura de romantização do crime, é hora de punir com rigor a apologia a criminalidade
  • Rafael 19/02/2025
    Imagina não entender nada de nada, colocar tudo num balaio só, falar levianamente sobre tudo e, comparar um país de 6 milhões de habitantes com o Brasil. Você não vê uma proposta social na, entre muitas aspas, solução do mecatrônico.