
Ingredientes
- 400 g de mandioca descascada
- 4 ovos
- 100 g de manteiga
- 1 xícara (chá) de açúcar
- Meia lata de leite condensado
- Meio vidro de leite de coco
- 50 g de coco ralado
- 50 g de queijo meia cura ralado
- 1 colher (sopa) de fermento em pó
Para cobrir:
- Meia lata de leite condensado
- Meio vidro de leite de coco
- 50 g de coco em flocos
O bom-bocado tem história. Ele é um dos doces ao qual podemos chamar de genuinamente brasileiro, embora houvesse em Portugal, por ocasião dos Descobrimentos, iguaria parecida. Mas foi aqui, em nosso país, que ele se transformou ao sabor da miscigenação, uma das nossas mais fortes características. Misturou-se a ingredientes nativos, como a mandioca que indígenas cultivavam, e aos saberes africanos, com a utilização vasta do coco em pratos doces e salgados. Aliás, sobre a mandioca, que tem até dia a ela dedicado, o 11 de abril, escreveu o antropólogo Câmara Cascudo ‘ter tido grande importância na construção da doçaria brasileira, porque pelas mãos das cozinheiras africanas foi a solução para substituir a farinha de trigo cara, importada do Reino.’
Aqui a mandioca, que no Nordeste é mais conhecida por aipim e macaxeira, chegou até a ingrediente aristocrático: em 1889, poucos meses antes da Proclamação da República, o bom-bocado, então conhecido como ‘bolo de mandioca mole’, foi servido como sobremesa nas bodas de prata da princesa Isabel com o conde d’Eu, em jantar de gala no Cassino Fluminense.
Com o tempo, a receita migrou para outras regiões brasileiras ganhando novos nomes, como ‘mané pelado’ e ‘queijadinha’. É bolo que pode ser cortado em quadradinhos, como mostra a foto, ou mantido em forma grande para ser servido em porções maiores. A superfície fica firme, dourada, crocante; o miolo deve se manter cremoso com a crocância dos flocos de coco nele entremeados.
Sabor, aromas e texturas incríveis tem o bom-bocado. Ou será bom bocado? Talvez bombocado? O dicionário decreta substantivo composto; mas a maioria dos menus grafa separado e o povo segue a oralidade e escreve junto. Não importa. O que interessa é o sabor dessa delícia que vai bem no lanche, no chá da tarde, no brunch e na sobremesa. Além de tudo, é fácil de preparar.
Em primeiro lugar, passe a mandioca na parte grossa do ralo e reserve. Em seguida bata as claras em neve e reserve também. Bata as gemas com o açúcar e a manteiga até formar um creme. Junte delicadamente a esse creme o leite condensado, a mandioca ralada, o leite de coco, o coco e o queijo ralados. Acrescente o fermento. Misture delicadamente as claras em neve. Despeje em assadeira pequena (20x30) untada e polvilhada com farinha. Leve ao forno preaquecido por cerca de 40 minutos. Enquanto assa, prepare a cobertura, misturando leite condensado e leite de coco, sem levar ao fogo. Despeje sobre o bombocado ainda quente e polvilhe flocos de coco. Corte depois de frio.
Sonia Machiavelli é professora, jornalista, escritora; membro da Academia Francana de Letras.
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