
A frase “morrer de amor” fez completo sentido em uma trágica história na cidade de Franca, na madrugada do domingo, 5 de janeiro.
Evangelista Batista de Carvalho, 61 anos, chamou sua filha Jéssica Carvalho, 28 anos, para ajudá-lo a levar a mãe Maria Aparecida Carvalho, 57 anos, para o hospital, pois não estaria muito bem. Com os sintomas apresentados, a suspeita era de que estaria tendo um quadro de AVC. Maria teve uma tosse seca, estava com a face torta e com coordenação motora comprometida, não tendo força do lado esquerdo do corpo.
Jéssica rapidamente se levantou e ajudou o pai a colocar a mãe no carro. Maria foi no banco de trás, já sem muita consciência. A filha foi junto, para sustentá-la. Evangelista correndo, tomou a direção do carro e disse: “Que susto, desse jeito mata a gente do coração”.
Ele seguiu sentido o Pronto-socorro Municipal "Dr. Álvaro Azzuz". Três quarteirões depois, o carro parou. Evangelista puxou o freio de mão, sem dizer uma palavra. A filha estranhou e chamou o pai, apalpando seu braço: "Pai, pai”. E não teve resposta.
Jéssica, então, saiu do carro o mais rápido que conseguiu, abriu a porta do motorista e viu seu pai sem consciência. Desesperada, ela começou a chamá-lo, mas o pai não respondeu.
Jéssica não tem habilitação. Ela não conseguia “pegar” o carro e dirigir o restante do caminho para chegar com os pais ao hospital.
Era início da manhã de um domingo, sem qualquer fluxo de pessoas nas vias. Jéssica se ajoelhou no meio da rua e começou a gritar, pedindo socorro.
Passados alguns instantes, desceu um homem de moto que, ao se deparar com a situação, parou e tentou ajudar. Mas ele e Jéssica não conseguiram colocar Evangelista no banco do passageiro. Enquanto tentavam, outro motociclista se juntou a eles e, assim, conseguiram transferi-lo para o outro banco.
Um dos motociclistas entrou no carro e dirigiu o carro com a família até o pronto-socorro. O outro foi de moto na frente, buzinando.
Recebidos no pronto-socorro com emergência, a mulher foi para uma sala e o marido direcionado para outra área da unidade de saúde. Foi feito todo atendimento necessário a Maria Aparecida. E, enquanto organizavam a transferência da mãe para a Santa Casa de Franca, Jéssica foi em busca do pai. A instrução dos médicos era de que não falasse para a mãe o que estava havendo, por conta do quadro crítico.
Ao sair da sala, Jéssica foi parada por uma enfermeira e informada que o médico que estava com seu pai queria conversar com ela. “Nessa hora, eu senti um aperto no coração tão grande, queria acreditar que não, mas senti que ele não tinha conseguido”, disse a filha.
Então, o médico veio com a informação mais temida. Evangelista, infelizmente, não resistiu. Chegou ao hospital já sem vida. Tentaram a reanimação, mas não houve resposta. A causa da morte foi infarto. “Eles eram parceiros demais, se amavam demais, era nítido. Só de pensar em perdê-la, ele não resistiu”, disse Jéssica, emocionada.
O funeral foi no mesmo dia, familiares lotaram o Memorial Nova Franca para homenageá-lo. Jéssica, filha única, precisou organizar os papéis para o funeral do pai, acompanhar a internação da mãe e ser forte para dar a notícia, assim que Maria se recuperasse.
A notícia foi dada para a mãe dias depois. Ela teve acompanhamento dos médicos.
Jéssica afirma que ficou com muito medo de perder os dois. “A nossa fé em Deus ajudou muito, porém nunca estamos preparados para a perda. Minha mãe, obviamente, ficou em choque, chorou muito, mas graças a Deus teve a compressão que meu pai cumpriu sua missão com muita honra!”
Maria Aparecida recebeu alta. A chance de haver sequelas na recuperação é pequena e Jéssica segue cuidando dela em casa. “Gostaria que essa matéria chegasse aos motoqueiros que nos ajudaram, sou muito grata, foram dois anjos”.
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Comentários
5 Comentários
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Edna 21/01/2025Esses dois motociclistas q socorreram eles tem a administração de toda nossa família, foi essencial para a vida de Maria Aparecida, q Deus os abençoe ????
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Duvidoso 20/01/2025É praticamente instntivo o homem ajudar uma moça pedindo ajuda. E... Se for bonita as chances aumentam ainda mais ! Também acredito que Deus dá uma ajuda em momentos dificeis. Não sei se esses rapazes tiveram tempo pra pensar na gravidade do que tava acontecendo. Talvez simplesmente tenham agido. De qualquer forma merecem reconhecomento ! Seria bom se fossem identificados e contassem a historia do ponto de vista deles !!!
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Maria Emília Paula Silva Dias 20/01/2025Graças a Deus ainda existem pessoas boas, que Deus os abençoe imensamente ????????
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ira 19/01/2025Jessica, encontramos muitos anjos em nossas vidas,, DEUS. os abençoe, a tods e saude p/ sua mae,
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Luiz Gonzaga Ferreira 19/01/2025A reportagem deveria pelo menos dizer onde a familia morava,