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Debate acalorado adia votação sobre recesso na Câmara de Franca

Por N. Fradique | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Della Motta (à esquerda) e Daniel Bassi protagonizam discussão acalorada sobre recesso na Câmara; projeto é adiado após divergência entre os vereadores
Della Motta (à esquerda) e Daniel Bassi protagonizam discussão acalorada sobre recesso na Câmara; projeto é adiado após divergência entre os vereadores

A sessão da Câmara Municipal de Franca transcorria normalmente nesta terça-feira, 12, até a votação de um projeto de resolução apresentado pela Mesa Diretora sobre o período de recesso de final de ano, o que gerou um bate-boca entre os vereadores Della Motta (Podemos), presidente do Legislativo, e Daniel Bassi (PSD).

De acordo com o projeto, o Regimento Interno da Câmara estabelece que o recesso dos servidores seja institucionalizado, ou seja, permanente, entre 20 de dezembro e 6 de janeiro, em função do recesso dos serviços administrativos. No entanto, caso haja necessidade, o presidente pode convocar os servidores.

A proposta gerou uma áspera discussão entre Della Motta, que encaminhou o projeto, e Daniel Bassi, que acredita que os novos vereadores eleitos, que assumem em 1º de janeiro de 2025, deveriam participar da discussão. “Vou pedir o adiamento por quatro sessões, porque acredito que os vereadores da nova legislatura devem apreciar esse projeto também. Acredito que devemos analisar melhor o projeto, mesmo com sessão extraordinária, se necessário”, afirmou Bassi.

Bassi sugeriu que não haveria necessidade de votação e que a própria Mesa Diretora poderia conceder o recesso. “Não vejo a necessidade de aprovar esse projeto e, se possível, que seja retirado da pauta.”

Em resposta, Della Motta explicou que o projeto apenas regulamenta o recesso. “Não está mudando nada. É um insulto a esta Casa de Leis, principalmente a este vereador, que ainda não terminou seu mandato. Não interfere em nada na próxima legislatura. O próximo presidente pode conceder o recesso como desejar, conforme o parágrafo quinto. O Judiciário e o Tribunal de Contas têm recesso, como outras instituições. Apenas regulamentei a situação. Não estou engessando o próximo presidente.”

Della Motta insinuou que o desentendimento começou durante o trâmite do projeto nas Comissões. “Nunca apunhalei ninguém pelas costas. São fofocas, fake news. Me chamaram de ditador, arbitrário. Muitas vezes, deixei que os vereadores me representassem em eventos, pois era o território deles.”

Della Motta mencionou diretamente Daniel Bassi: “Você insultou um cidadão que só torcia pelo seu bem nesta Casa, dizendo que deveria ouvir os outros vereadores. Meu mandato ainda não terminou. Você foi extremamente infeliz.”

Bassi perguntou a Della Motta se ele havia consultado os vereadores antes de protocolar o projeto. Della Motta respondeu que alguns projetos avançam com a assinatura da maioria. “Nunca conversei em pé de orelha de vereador. Não é sobre o projeto, mas sobre o termo 'arbitrário' que usou. Nunca fui arbitrário, mas minha aparência pode não ser das melhores. O projeto seguiu o trâmite normal.”

Declarado candidato à presidência da Câmara em 2025, com o apoio de alguns novatos, Daniel Bassi admitiu ter chamado o colega de arbitrário. “Fui infeliz com essa palavra, pois vossa excelência nunca foi arbitrário. Lamento que esse bate-bola tenha chegado à sessão. Quero me desculpar, pois me excedi durante a reunião e senti que os pareceres das Comissões foram desconsiderados. Humildemente, peço perdão.”

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