ATAQUE NA RODOVIA

Como foi o roubo ao carro-forte: o que se sabe até agora

da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Kaique Castro/EPTV
Carro-forte da empresa Protege que seguia para Ribeirão Preto foi atacado por bandidos fortemente armados
Carro-forte da empresa Protege que seguia para Ribeirão Preto foi atacado por bandidos fortemente armados

No começo da noite desta segunda-feira, dia 9, um grupo de criminosos fortemente armados com fuzis ponto 50 e granadas provocou terror na rodovia Cândido Portinari, próximo ao Clube de Campo, ao assaltar um carro-forte da empresa Protege que seguia para Ribeirão Preto.

O crime deixou ao menos cinco pessoas feridas, entre policiais, agentes de segurança e um trabalhador. Apesar da violência, os criminosos não conseguiram acesso aos cofres do carro-forte.

Como começou?

Segundo o tenente da Polícia Militar Rodoviária, Raphael Tavella, o crime aconteceu por volta das 19h, no sentido norte da rodovia, na altura do km 384.

Os criminosos abordaram o carro-forte e, em seguida, pararam um caminhão-tanque, obrigando o caminhoneiro a deixar o veículo atravessado na pista. O caminhoneiro, que seguia para Batatais, foi liberado pelos criminosos em seguida.

Dentro do carro-forte, havia quatro agentes de escolta. Um deles foi baleado, outros dois sofreram ferimentos de estilhaços, e o motorista saiu ileso. Todos foram encaminhados para o Hospital São Joaquim, em Franca.

Após o crime, motoristas que passavam pela rodovia ligaram para a Polícia Militar, que iniciou um cerco policial na região.

"No local, não houve troca de tiros. Fomos acionados pelo 190, onde havia registros de tiros, explosões e o caminhão atravessado na pista. No local, havia muita munição de alto calibre, como ponto 50 e 556", disse o policial.

Ainda segundo Tavella, não há precisão do número de criminosos, mas o ataque foi muito bem coordenado pelo grupo.

“Eles abordaram o carro-forte e, em seguida, o caminhoneiro. A partir daí, eles explodem o caminhão enquanto os outros indivíduos fazem a segurança para que nenhuma equipe policial se aproxime”, continuou o policial.

Depois das explosões, os criminosos não conseguiram ter acesso aos três cofres do carro e fugiram. Várias equipes policiais de Franca, Batatais e Ribeirão Preto foram acionadas para o cerco policial.

Carros de luxo e encapuzados

Segundo as informações apuradas no local, os criminosos usavam carros de luxo e até uma Van. Eles estavam encapuzados, com luvas e fortemente armados. A polícia acredita que eles tenham usado a Estrada do Leite para chegar até a rodovia Cândido Portinari e após o crime usado ela novamente como rota de fuga. Como também a estrada Velha que liga Franca a Batatais.

As estradas rurais que cortam a região ajudaram os bandidos na fuga, mesmo sabendo que entre Franca e Ribeirão Preto existem duas bases da Polícia Militar Rodoviária e que a rodovia é constantemente patrulhada.

Interdições e buscas

A rodovia Cândido Portinari precisou ser interditada nos dois sentidos entre Franca e o pedágio de Restinga.

Segundo o capitão da Polícia Militar Thiago Melo, todo o efetivo foi acionado e, durante as buscas, houve uma troca de tiros com uma equipe do patrulhamento rural de Patrocínio Paulista.

“Os bandidos se depararam com a viatura na zona rural e houve uma troca de tiros. Por sorte, nenhum policial ficou ferido, mas a viatura e o encosto do banco foram atingidos pelos disparos. Depois disso, eles conseguiram fugir”, contou o policial.

Após a troca de tiros em Patrocínio Paulista, uma equipe do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) conseguiu localizar os criminosos pela rodovia Abraão Assed, em Serra Azul, região de Ribeirão Preto. Lá, um policial militar foi baleado no confronto.

Um trabalhador de uma usina também foi ferido por um criminoso na fuga.

“É uma organização criminosa com potencial de força de alto calibre. Entretanto, a Polícia Militar é capacitada e trabalha conjuntamente com seus meios disponíveis, homens e materiais, para combater esse tipo de delito”, continuou o capitão.

Perícia

Durante a ocorrência, equipes da Polícia Civil, como o GOE (Grupo de Operações Especiais), a Perícia Técnica e investigadores da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), compareceram à cena do crime.

Muita munição foi encontrada no local e cerca de 50 metros de onde aconteceu a explosão. Funcionários da Protege acompanharam a abertura dos três cofres, que foi realizada pelo Corpo de Bombeiros, com o auxílio de um alicate hidráulico.

Foi constatado que os criminosos não conseguiram levar nada dos cofres e que todo o dinheiro coletado estava completamente queimado.

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