Bem bolado, bem bolado. É com você, Lombardi. É namoro ou amizade? Mas quem é que eu vou chamar? Pedir ajuda aos universitários. Qual é a música? Quem quer dinheiro? Róóóque!

Bordões eternizados por Silvio Santos e que ecoaram pelas casas brasileiras por gerações. Esses e outros momentos memoráveis passaram pelos ajustes técnicos de um francano nos bastidores. Há 33 anos no SBT, Joaquim Vicente Ferreira Neto foi o operador de áudio exclusivo do Rei da Televisão. Ele foi o responsável por cuidar do tradicional microfone próximo ao colarinho, marca registrada do apresentador.

Em entrevista exclusiva ao Portal GCN, afiliado à Rede Sampi de jornais, Joaquim contou sua relação próxima com Silvio Santos. Aos 93 anos, o apresentador morreu neste sábado, 17, em decorrência de uma broncopneumonia após infecção pelo vírus da Influenza (H1N1), segundo informou o hospital Albert Einstein, na capital paulista.

Joaquim soube da morte do ex-patrão por meio de um telefonema recebido do apresentador Celso Portiolli, por volta das 9 horas, antes mesmo de a informação do falecimento ser noticiada pelos veículos de imprensa. “Estava no meu sítio na região de Ibiraci (MG), quando Portiolli me ligou me avisando. Ninguém sabia ainda".

Pego de surpresa pela notícia, não hesitou e foi de carro para a capital paulista, onde mora e trabalha desde 1990. “Estou arrasado. Estou dirigindo o carro, chorando o tempo todo. Uns amigos ligando para mim do SBT. Já me ligou o Liminha, que trabalhava com o Silvio há 40 anos, a esposa do Roque e funcionários do SBT. Estão ligando todos aqui. Não paro de chorar por um minuto".

“Segundo pai”

O francano operou o áudio de outros programas do SBT, inclusive o de Hebe Camargo, onde ficou por 1 mês, até ser chamado para trabalhar exclusivamente para o apresentador. Joaquim foi contratado pela SS, empresa de Silvio Santos, que presta serviços à emissora. Hoje, aos 59 anos, trabalha junto ao Portiolli.

“Tinha contato direto com o Silvio, porque sempre cuidei do som, do áudio daquele microfone dele. Sempre cuidei do retorno dele no palco. Ia ao camarim, colocava o microfone nele e o retirava nas trocas de roupa. Um contato muito próximo”, afirma.