ESTUDO

Pesquisa com veneno de aranha pode auxiliar no tratamento do câncer de mama

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 1 min
Divulgação/Unicamp
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o Brasil pode ter cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama entre 2023 e 2025.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o Brasil pode ter cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama entre 2023 e 2025.

Um estudo conduzido na FCF (Faculdade de Ciências Farmacêuticas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) investiga os potenciais benefícios de componentes encontrados no veneno de aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer) no combate ao câncer de mama. Os resultados preliminares sugerem que esses compostos, quando combinados com quimioterápicos convencionais, retardaram a progressão de tumores e melhoraram o bem-estar de camundongos fêmea. O estudo, parte da pesquisa de doutorado de Ingrid Trevisan, foi conduzido no Laboratório de Terapias Avançadas (Latera), coordenado pela professora Catarina Rapôso.

Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam que o Brasil pode ter cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama entre 2023 e 2025. Considerando sua alta incidência, a busca por novos tratamentos é crucial. A pesquisa da Unicamp é uma resposta a essa necessidade, explorando o potencial terapêutico de compostos encontrados no veneno da aranha-armadeira.

O interesse pela investigação do veneno da aranha-armadeira começou na pós-graduação de Rapôso, quando ela investigava suas propriedades neurotóxicas. A análise inicial focou em células cancerígenas do sistema nervoso central, chamadas gliomas, com resultados promissores. Posteriormente, os pesquisadores expandiram seus estudos para células tumorais caninas, incluindo câncer de mama.

A pesquisa identificou duas moléculas no veneno com potencial terapêutico: uma que ataca diretamente células tumorais, retardando a metástase, e outra que modula o sistema imunológico. A segunda molécula foi testada em camundongos fêmea com câncer mamário experimental, resultando em uma redução significativa no tamanho dos tumores e uma melhoria no bem-estar dos animais, especialmente quando combinada com quimioterapia convencional.

Os pesquisadores agora planejam testar os efeitos dessas moléculas em cadelas com câncer de mama, potencialmente abrindo caminho para futuros testes clínicos em humanos. Este estudo destaca a importância da pesquisa interdisciplinar e a crescente tendência na indústria farmacêutica de buscar fontes naturais para o desenvolvimento de novos tratamentos contra o câncer.

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