ADEUS À RAINHA

Multidão recebe corpo de Elizabeth 2ª em Edimburgo após cortejo de seis horas

Por Ivan Finotti | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/ The Royal Family/ Twitter
O corpo já está no Palácio de Holyrood, residência oficial da família real em Emdinburgp
O corpo já está no Palácio de Holyrood, residência oficial da família real em Emdinburgp

O corpo saiu às 10h07 (6h07 de Brasília) do Castelo de Balmoral e chegou cerca de seis horas depois ao Palácio de Holyrood, residência oficial da família real em Edimburgo, a capital escocesa.

O caixão de carvalho seguiu no primeiro carro de uma caravana de sete veículos e passou por cidades como Aberdeen, Dundee e Perth, em uma viagem de 280 km. No trajeto, o cortejo fez paradas para que mais pessoas pudessem se despedir da monarca. Uma multidão aplaudiu a chegada do corpo a Edimburgo.

O caixão da rainha estava coberto com a bandeira real, que traz um leão vermelho sobre fundo amarelo, uma harpa amarelo sobre fundo azul e outros leões amarelos em fundo vermelho. Uma coroa de flores brancas, cortadas dos jardins do castelo, descansava sobre o caixão.

Rachel Lindsay, 24, foi às lágrimas quando o caixão passou. "É muito triste", disse ela à agência de notícias Reuters. "Eu não acho que nós esperávamos que isso acontecesse. Eu apenas pensei que ela viveria para sempre. Eu não achava que era real até que eu visse", acrescentou.

"A rainha foi parte de nossas vidas por tanto tempo, é bom ver o caixão de perto", disse a moradora de Edimburgo Adriana Vraghici, 25, à mídia britânica. "É um dia monumental".

O corpo da rainha ficará em Holyrood até a tarde desta segunda, 12, quando será levado à Catedral de Saint Giles. Lá, os escoceses poderão fazer fila para vê-lo. Na terça, segue de avião para Londres.

A partir de quarta-feira (14), o caixão de carvalho estará no palácio de Westminster, sede do Parlamento britânico, onde fica o famoso relógio Big Ben. Ele ficará exposto para visita pública ali durante quatro dias em que os londrinos poderão entrar e render suas últimas homenagens.

Na manhã do dia 19, ele será levado à Abadia de Westminster para o funeral, que será televisionado. Dois minutos de silêncio em todo o Reino Unido serão decretados. Em seguida, Elizabeth 2ª será enterrada no Castelo de Windsor, a oeste de Londres.

Símbolo da monarquia, Elizabeth 2ª ocupou o trono por sete décadas e morreu serenamente, segundo o comunicado oficial, na quinta-feira (8). A morte deu início a uma série de protocolos e cerimônias oficiais, no Reino Unido e em Estados associados a ele.

Na manhã deste sábado, Charles 3º, 73, foi proclamado rei em cerimônia no Palácio de Saint James, em Londres. Monarca mais velho a assumir o trono britânico na história, ele deve fazer de seu reinado um período de transição entre o da mãe, venerada pela dedicação ao serviço público, e o do filho William, 40, visto como a modernização da realeza.

Proclamações similares à de sábado continuam sendo feitas neste domingo. Em Edimburgo, a capital da Escócia, o rei Charles 3º foi proclamado em cerimônia com trompetistas e tiros de canhão. Próximo do local houve um protesto antimonarquista, e pelo menos uma manifestante foi detida pela polícia.

Cerimônias também ocorreram em Belfast, na Irlanda do Norte, e em Cardiff, no País de Gales. Além das nações do Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália e Canadá também realizaram celebrações para proclamar Charles 3º rei - o monarca britânico é o chefe de Estado de 15 países, ao todo.

O monarca cumpre agenda oficial em Londres neste domingo. Ao chegar no Palácio de Buckingham, Charles acenou para multidão que se reúne em frente ao local.

A oeste de Londres, nos arredores do Castelo de Windsor, William e Harry prestaram homenagens à rainha neste sábado. Eles estavam acompanhados das esposas - Kate e Meghan- numa reunião que não era vista há pelo menos dois anos.

Os dois príncipes estariam com a relação estremecida desde o afastamento do caçula. Harry hoje vive nos EUA e, no ano passado, deu uma arrasadora entrevista com a mulher, em que Meghan fez acusações de racismo na realeza. Parte da imprensa viu no encontro deste sábado uma possibilidade de reaproximação.

O príncipe William, agora primeiro na linha sucessória do trono, emitiu nota dizendo que pretende honrar a memória da avó apoiando o pai, o rei, "de todas as formas possíveis".

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