A quarta semana de agosto nos faz refletir sobre a vocação para os ministérios e serviços na comunidade. Os fiéis batizados são chamados a viver a vida cristã como testemunho no meio do mundo.
Somos alimentados pela Palavra de Deus.
Primeira Leitura: Josué 24.
O capítulo do Livro de Josué, do qual é extraída a leitura de hoje, narra um episódio definitivo na história religiosa de Israel: a assembleia de Siquém.
Moisés morreu e o governo do povo passou para as mãos de um outro líder experiente: Josué.
Depois de ter conquistado todo o país, este, certo dia, reúne todas as tribos em Siquém, porque quer saber exatamente a que deus eles querem servir. Ele exige uma resposta clara, livre definitiva.
Ao entrar na terra prometida os israelitas conheceram outros povos que evidentemente adoram os seus próprios deuses.
Não são, porém, somente os deuses das nações que habitam em Canaã que se constituem como tentações para os israelitas, há também aquelas divindades que os seus antepassados adoraram quando ainda se achavam no Oriente, antes de conhecer Javé.
Josué exige que o povo escolha.
O povo responde sem hesitação: “Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir a outros deuses”.
Nós também, ao sairmos das águas do batismo professamos solenemente a nossa fé. Esta escolha, porém, não foi feita uma vez por todas. Deve ser atualizada permanentemente, porque as circunstâncias mudam e cada nova situação nos propõe novamente as perguntas: “Crês no Cristo Senhor?”
Segunda leitura: Efésios 5.
A última parte da Carta aos Efésios é dedicada aos problemas que dizem respeito à família.
Pensemos como surgem as divergências, as discórdias, as brigas nas nossas famílias.
Todos exigem ser servidos, todos impõem, todos querem mandar.
O trecho de hoje trata das relações marido-mulher e começa estabelecendo um princípio fundamental, que deve presidir todas as atitudes dos membros de uma família cristã. E o princípio é: “Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo”.
Nenhum domínio sobre os outros, portanto, mas submissão e disponibilidade para servir a todos. O exemplo proposto é o de Cristo, que veio não para ser servido, mas para servir.
Evangelho: João 6.
Estamos chegando ao fim do discurso sobre o pão da vida.
Ele afirma estar encarnando o projeto de Deus, exige que se acredite nele, que se compartilhem as suas escolhas, que haja uma identificação com ele através do gesto sacramental de comer o pão eucarístico.
O primeiro versículo do trecho de hoje introduz, de maneira surpreendente, alguns novos ouvintes: não mais os judeus, mas os discípulos.
A constatação é amarga: muitos dos discípulos que viram o milagre e que ouviram o seu discurso não aceitam a proposta de Jesus.
Crer ou não crer nele, esta é a alternativa. A proposta pode ser aceita ou rejeitada, mas não “negociada” ou facilitada mediante a supressão de algumas das suas exigências.
Todos nós, hoje, diante do pão eucarístico, também devemos decidir sobre quem queremos seguir. Quem come o pão eucarístico sabe muito bem qual é o compromisso que está assumindo: concorda com tudo aquilo que Jesus ensinou e aceita identificar sua vida com a dele.
Não obstante as dificuldades dos seus ouvintes, Jesus não retira uma só das suas exigências e o resultado é particularmente desanimador: “Desde então muitos dos seus discípulos se retiraram e não andavam com ele”.
A fé não está baseada em provas definitivas e irrefutáveis, mas é a adesão amorosa a uma proposta.
Não deve causar surpresa que essa adesão ainda inclua muitas dúvidas e muita perplexidade e que muitos permaneçam ainda por muito tempo hesitantes. Diante da pergunta do Mestre: “ Quereis vós também retirar-vos?”, Pedro, falando no plural, expressa a fé de todos, dizendo: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”.
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