Uma das mais antigas funções de que a civilização dispõe é a de julgar. O convívio nem sempre é cordial. Em nossos tempos, nem se diga. A intolerância, a impaciência, a ira, a falta de polidez, a falta daquela velha e boa educação de berço, fazem nascer múltiplas controvérsias.
Para isso existe o juiz. Um servidor público. Servidor: existe para servir a quem dele necessite. Justiça é um verbete polissêmico, tem inúmeros sentidos, mas neste ora focado é serviço público. Mantido pelo Estado, para dirimir os desentendimentos que, inevitavelmente, surgem na sociedade.
Desde 2008, o juiz brasileiro tem um Código de Ética, editado pelo CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, órgão do Poder Judiciário criado pela Emenda Constitucional 45/2004. Há mais de 30 anos dedico-me ao estudo da ética. O livro Ética geral e profissional, publicado pela RT-Thomson Reuters, chegou à 13ª edição. Milagre para um Brasil em que a ética é a única matéria-prima em falta.
Mas escrevi ainda Ética Ambiental e Ética da Magistratura, comentários ao Código de Ética do Juiz Brasileiro. Acabo de editar uma 4ª edição deste livro, que não é destinado exclusivamente ao magistrado. Mais útil ainda ao jurisdicionado. Àquele que tem processos na justiça e que precisa saber o que esperar do julgador.
As várias edições estão muito diferentes. Fui incorporando a minha experiência que chegou a 44 anos no sistema de Justiça: 4 anos de Ministério Público, 40 de Judiciário. Fui Corregedor Geral da Justiça e pude aquilatar como é que anda o Judiciário bandeirante. Mas outros Tribunais sempre me convidaram a falar para seus juízes, notadamente os novos, e tenho noção bem aproximada a respeito da realidade na prática de julgar.
Há quem diga que não se deve codificar a ética. Ou o ser humano a tem, ou nunca a terá. Mas penso que é interessante para a sociedade dispor de um texto em que se recomenda ao juiz uma série de condutas, dentre as que residem na expectativa de comportamento nutrida pelos destinatários da função judicial.
Todo aquele que já enfrentou problemas na Justiça deveria ler este Ética da Magistratura, 4ª edição, RT-Thomson Reuters. É um flagrante sobre o Judiciário contemporâneo, baseado em experiência concreta, de quem viveu nesse ambiente durante quase meio século e que participou das profundas mutações em que ele imergiu.
José Renato Nalini
Reitor Unirestral, docente, conferencista e autor de Ética Ambiental
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