Num esforço de exercitar civilidade, seria desejável relembrar a frase de Rui Barbosa, que não cabe neste espaço, mas segundo a qual, de tanto ver agigantarem-se a injustiça e a desonestidade, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto.
Ainda, em nossos dias, um vídeo circula mostrando um pai de família que, ante a decisão de um tribunal, brada, indignado: como falar com meu filho que o crime não compensa? Como dizer-lhe que vale a pena ser honesto? Como afirmar-lhe que a justiça é igual para todos?
São perguntas que levam a outras perguntas: um erro justifica outro erro? Os valores chamados respeito, dignidade, honestidade, igualdade, justiça, evangelho não cabem na cartilha orientadora de uma sociedade que se pretende feliz e segura? A educação dirigida às crianças e jovens visa a formação de futuros pais, conscientes do seu papel de educadores? Justiça é preocupação das religiões que dizem ter o Mestre Jesus como referência?
É óbvio que educar é competência do tronco familiar, daí muitos indagarem com razão: por que tamanha preocupação, se a educação compete aos pais? Todavia, impossível é obrigar que pais da atualidade deem educação aos filhos, se eles próprios não a receberam. Ninguém pode dar o que não tem! Não olvidemos a indispensabilidade de coerência entre o que dizem e fazem pais e educadores.
O ensinamento pode convencer, mas o exemplo arrasta. Ensinando e exemplificando de forma errada, os pais esquecem-se de que, um dia, seus filhos podem vir a ser “corrigidos” por estranhos.
Lembremos do Divino Mestre: “Seja o teu falar sim, sim, não, não.”
Felipe Salomão
Bacharel em Ciências Sociais, dir.Inst. de Divulgação Espírita de Franca
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