CATEDRAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Uma igreja que é a marca de Franca


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 A Igreja Nossa Senhora da Conceição, a Catedral de Franca: prédio retoma o azul histórico
A Igreja Nossa Senhora da Conceição, a Catedral de Franca: prédio retoma o azul histórico

Quem chega pela rodovia Cândido Portinari a Franca, logo a vê sobre uma das três famosas colinas da cidade. Localizada em um dos pontos mais altos, a Catedral Nossa Senhora da Conceição é, sem sombra de dúvida, um dos principais cartões-postais de Franca. A pedra fundamental para a construção da igreja foi lançada no dia 25 de março de 1885 pelo vigário Cândido Martins da Silveira Rosa, o Monsenhor Rosa, que morreu em 1903, dez anos antes da igreja ser finalizada. No próximo dia 8, a igreja comemora os 106 anos da primeira missa ali celebrada, em 1913. Nessa data também é comemorado o Dia da Padroeira da cidade.

A igreja chama a atenção de todos que passam por ela, mesmo não sendo idêntica ao projeto inicial, realizado pelo arquiteto Joaquim Mariano de Amorim. Com uma arquitetura misturando os estilos gótico e clássico, a catedral é a principal igreja da Diocese de Franca, com 1.062 metros quadrados.

Concluída com apenas dez metros a menos do que o previsto no projeto inicial, que contava com duas torres menores e a colocação da santa no meio da torre principal, ainda assim chama atenção pelo seu tamanho, com seus 60 metros de altura. É possível vê-la de muitos pontos da cidade, mesmo com o surgimento de vários prédios.

Nestes quase 106 anos, a igreja passou por três diferentes cores até voltar à cor original (azul-claro), que é mantido até hoje. A pintura nova da igreja, que começou em junho, está em fase de finalização. Apesar da mistura de estilos e elementos arquitetônicos, o prédio é harmônico.

Para o Bispo Dom Paulo Roberto Beloto, que tomou posse na Diocese de Franca em 2013, a história francana não pode ser contada sem mencionar a Catedral. Ambos cresceram juntos. “A Catedral é a principal igreja francana, tanto para os fiéis, como para a Diocese, padres e bispo. Ela é a igreja mãe. Sua beleza é um convite à oração”, disse.

“Não se pode falar de Franca e deixar a Catedral de lado. A igreja cresceu junto com a cidade. Hoje se tem mais igrejas, mas no passado a Igreja Católica era referência. Cidades surgiram ou cresceram em torno de uma igreja e aqui não foi diferente”, lembra o bispo.

MATRIZ OU CATEDRAL

A igreja foi paróquia por 54 anos, sendo administrada pelos padres agostinianos desde sua inauguração, em 1913. Em 1971, a então Igreja Matriz se tornou Catedral, com a criação da Diocese de Franca e a nomeação de seu primeiro Bispo, Dom Diógenes Silva Matthes, que morreu após um infarto na madrugada de domingo, dia 20 de novembro de 2016.

“Cada Diocese tem uma igreja sede, uma igreja mãe, uma Catedral. Catedral vem de cátedra, que é a cadeira presidencial. Ela é Catedral porque é a igreja referência do bispo. Antes, a igreja era somente uma paróquia da cidade, era chamada de matriz por ser em uma área central e uma das primeiras igrejas, mas ela pertencia a arquidiocese de Ribeirão Preto. Quando Dom Diógenes tomou posse, ela virou Catedral. Em 2021 vamos comemorar 50 anos como Catedral.”, afirmou o bispo Dom Paulo Roberto, que tem duas missas fixas na igreja, uma às terças-feiras, às sete horas, e outra aos domingos, às dez e meia.

Com três missas diárias de segunda a sexta, uma aos sábados e cinco aos domingos, a Catedral recebe em média mil pessoas por dia. Nas missas dos finais de semana, o número sobe para três mil, entre celebrações e visitação. As missas dominicais são realizadas nos horários das 7h, 9h, 10h30, 17h e 19h.

“Além das missas, nós recebemos fiéis o dia todo. Um diferencial da Catedral é o atendimento das confissões. Por ser uma igreja central o fluxo de pessoas é intenso. Hoje (dia da entrevista) tivemos que distribuir senha, a fila estava dobrando a esquina. O pessoal vem ao Centro fazer seus deveres, compras e já aproveitam para confessar.” disse o padre Rogério Ruffo, vigário d Catedral, que atende cerca de 100 pessoas diariamente.

BISPO SEPULTADO

Em novembro de 2016, o bispo emérito Dom Diógenes Silva Matthes, com 89 anos, faleceu após um infarto em sua casa. Dom Diógenes foi sepultado no altar da paróquia Nossa Senhora da Conceição, em uma cripta. A cerimônia foi marcada pela comoção dos fiéis. Dom Diógenes ficou como bispo diocesano por 35 anos, até apresentar sua renúncia, que foi aceita no dia 29 de novembro de 2006. Na época, ele foi sucedido pelo então bispo coadjutor, Dom Frei Caetano Ferrari.

Dom Diógenes foi responsável pela ordenação da maioria dos padres da Diocese (os números apontam mais de 70) e pela criação da maior parte das paróquias.


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GRADES

Após um boom de moradores de rua que tomou conta da cidade de Franca nos últimos anos, e cansado de retirar os moradores que se instalavam na lateral da Catedral, o padre Rogério Ruffo anunciou que cercaria a igreja. A medida era um recurso para tentar evitar as ameaças, agressões e vandalismos cometidos pelo grupo de cerca de seis moradores de rua que se instalou em uma das laterais da Catedral. Então, os religiosos solicitaram a autorização do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) para a colocação de grades em volta da igreja, mas o pedido foi rejeitado.

A recusa foi bem-vinda. O pároco voltaria atrás de sua decisão. Afirmou que não era mais necessário o uso das grades porque os problemas com moradores de rua foram controlados. “De alguns meses para cá, não tivemos mais problemas. A Secretaria de Ação Social nos passou a informação de que eles migraram para outros lugares e cidades”, disse Ruffo.

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