Desde o século segundo vários grupos religiosos, embora se declarando cristãos, negavam que Jesus tenha tido uma natureza humana, uma encarnação real. Para esses, Jesus teve apenas uma natureza divina, foi um ser angelical com uma roupagem humana. Esse movimento foi denominado de docetismo, palavra que se origina do Grego e quer dizer “para parecer”.
Dentre os adeptos do docetismo vamos encontrar os Gnósticos (aquele que é sectário do Gnosticismo), movimento que nos primeiros séculos da nossa era até chegou a se posicionar ao lado do cristianismo nascente, tendo angariado certo prestígio entre alguns intelectuais cristãos daquele tempo, mas cujo pensamento acabou sendo posteriormente declarado herético, pois negava a humanidade de Jesus.
Outros docéticos chegaram ao absurdo de afirmar que Jesus era um espírito incorpóreo, não teve natureza humana, apenas um corpo fluídico, imaterial, embora dotado de aparência de um corpo físico, colocando-se em dúvida, assim, toda a sua trajetória em nosso planeta, desde o seu nascimento como filho de Maria, os seus feitos, as suas dores, a paixão e até a morte de cruz. Tal negativa de alguns quanto a humanidade de Jesus ocorreu mesmo depois do Apóstolo João ter escrito (João 4.2,3): “nisto conhecereis o espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus”.
Foi no ano 451, no Concílio de Calcedônia, que a Igreja primitiva, visando espancar definitivamente o docetismo, acabou por reconhecer as duas naturezas de Cristo, a Divina e a Humana, pondo um ponto final na desnecessária e absurda cizânia, já que ela nada acrescentava de produtivo.
Para o verdadeiro cristão é fundamental ter a convicção de que Jesus viveu e sofreu as dores próprias da sua humanidade, pois vários relatos Bíblicos dão conta de que Ele teve sede, fome, sentiu cansaço, dor, experimentou tentação, enfim viveu emoções e sensações comuns a todos os encarnados. Entender diferente, é ver em todo o seu martírio, uma mera alegoria, uma representação, um embuste, portanto algo inimaginável a um Ser da sua dimensão.
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