
Minestra de Mãe
porção: 10
dificuldade: fácil
preço: econômico
Ingredientes
3 xícaras (chá) de feijão cozido
1 xícara (chá) de macarrão ave-maria
200 gramas de bacon picado
2 cebolas picadas
6 dentes de alho picados
½ pimenta dedo-de-moça verde sem sementes picada
½ pimenta dedo-de-moça vermelha sem sementes picada
250 ml de água (se necessário)
4 colheres de molho de tomates
4 colheres de azeite
Salsinha e cebolinha picadas
Bonito pra chuchu (alguém ainda usa essa gíria?), ele tem cabelos loiros e olhão azul; é bom filho, bom pai (dos gêmeos lindos João e Francisco); bom marido ( da modelo e apresentadora Fernanda Lima); e faz enorme sucesso à frente de um programa de culinária. Atento para a telinha e fico pensando que há pessoas predestinadas ao sucesso graças a seus múltiplos talentos. O moço de que falo é um deles. Se não bastassem as qualidades enumeradas, ainda detém um carisma impressionante. Para as mais velhas, lembra um filho amoroso; para as mais novas, aquele namorado ideal. Um fofo, o Rodrigo Hilbert.
Nascido em Orleans, no interior de Santa Catarina, ele começou a trabalhar aos 12 anos como artesão e ferreiro na oficina de seu avô. Em casa, sempre estava presente na cozinha, ajudando mãe, tias, avós. Pretendia estudar informática e agronomia. Mas, caso do acaso, foi descoberto aos 18 anos em uma praia de Santa Catarina pelo olheiro de uma agência de publicidade paulista. Foi então que se mudou para São Paulo, chegando na cidade com apenas R$ 100 no bolso. Hoje seu currículo inclui campanhas para as grifes Versace e Colcci, de quem é garoto-propaganda, além de já ter desfilado na São Paulo Fashion Week.
Sua estreia na televisão aconteceu na novela Desejos de Mulher, de 2002; porém , sem experiência, recebeu duras críticas. Desafiado, decidiu investir na profissão, ingressando na Oficina de Atores da Rede Globo. Fez aulas de interpretação durante quatro anos, o que o habilitou a participar de várias novelas. Mas o que alavancou mesmo sua popularidade foi o Tempero de Família, programa que comanda no GNT e chega agora à sua nona temporada. É um dos mais vistos do canal a cabo. Sua cozinha descomplicada, saborosa, bonita de se ver e fácil de ser reproduzida, aproxima o espectador do chef. Ficam na memória receitas como o bolo de fubá dourado, onde o suco de laranja substitui o leite; a colorida paella campeira com muitos ingredientes; o nhoque caseiro de batatas, acompanhado de molho de tomates elaborado com caldo de coxão duro e tomates bem maduros; a tradicional torta de legumes a ser oferecida às crianças que não gostam de brócolis, cenouras e cebolas; a maionese caseira, facílima de preparar; a polenta de milho verde, item importante da mesa do imigrante italiano; o bolinho de chuva com todo jeito de infância; o exótico sorvete de kiwi, que surpreende. E o que dizer dos churros e dos bem-casados marcados pela forte personalidade do doce de leite? Hummmmm...
Agora com pé na estrada, lá vai Rodrigo para a Paraíba, nos mostrar como cozinham as mulheres que se destacam em suas regiões pela culinária e suas histórias. Ou como surgiu e se entronizou no cardápio sulista pratos de nomes curiosos como entrevero, à base de carne, pimentões e pinhão, cujo perfume parece atravessar a tela e vir até nós.
Para quem acompanha o programa, o livro homônimo, Tempero de Família, é um achado. São 49 receitas embaladas pela ideia de que é possível chegar à chamada comfort food com ingredientes sem sofisticação e fáceis de encontrar em bons supermercados, pois a marca registrada do chef é mesclar simplicidade e descontração. O resultado é uma comida para alegrar a alma. A minestra que ilustra esta página vem do livro. Achei afetuosa a forma como o autor a apresenta: “Sobrava feijão e minha mãe fazia uma minestra. Hoje sigo a tradição e sempre a preparo em minha casa.” Lembrei-me da minha, que fazia uma bem parecida. Como os dias já se tornam mais frios, o outono emburra sua cara e a presença do Sol é mais curta, quando a noite chega dá vontade de tomar uma sopa perfumada, bem quente, que desça aveludada e tanto nos aqueça a alma como nos reconforte da batalha diária que toda vida traz em seu âmago.
Ah, escolhi esta receita também por outro motivo. Minha manicure, a Taninha, me disse que nunca havia experimentado sopa-com-caldo-de-feijão, algo que eu imaginava prosaico demais para ocupar esta página. Pelo visto, não é. Se não tiver feijão sobrando na geladeira, cozinhe os grãos em água, sal e folha de louro até que fiquem bem macios. Espere esfriar, retire o louro e bata os grãos no liquidificador. Se for preciso, acrescente um pouco de água. Passe pela peneira e reserve. Frite o bacon no azeite, afaste para um lado da panela, junte a cebola cortada em quadradinhos, espere alourar., acrescente o alho, deixe fritar e acrescente o caldo de feijão coado e o molho de tomates. Mexa, prove o sal, espere levantar fervura e reúna o macarrão até que cozinhe no ponto al dente. Sirva decorado com o cheiro-verde e as pimentas. Para acompanhar, Hilbert sugere batata doce frita ou alface doce, que tem este nome porque é temperada com açúcar e vinagre, uma tradição sulista.
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