
Desde muito pequeno Monteiro Lobato se mostrou criativo e revelou grande gosto pela leitura. Ele morou com seu avô, o Visconde de Tremembé, que tinha muitos livros. Na biblioteca da casa, o menino lia de tudo, de revistas a livros de literatura mundial. Aos nove anos, resolveu mudar seu nome, de José Renato Monteiro Lobato para José Bento Monteiro Lobato. Sabe por quê? Só para usar a bengala de seu pai, porque nela havia as iniciais JBLM gravadas!
Foi da infância no interior paulista que Lobato buscou inspiração para seus livros. Ele também gostava de conversar com os empregados da fazenda, que lhe contavam muitas histórias. Da crendice do povo do interior surgiram personagens como o Saci, que se faz presente em muitas histórias com seu barrete vermelho na cabeça e um cachimbinho fumegante.
A Menina do Narizinho Arrebitado foi o primeiro livro deste grande ficcionista. Ficcionista é o escritor que inventa histórias, tornando-as tão reais que o leitor até pensa serem verdadeiras. Com este primeiro livro é lançado o Sítio do Picapau Amarelo e personagens que se tornariam célebres e amadas até hoje. Emília é a boneca que diz tudo o que pensa. O Visconde de Sabugosa é o sábio que só acredita no que está escrito. Dona Benta é o personagem adulto que aceita a imaginação criadora das crianças e admira as novidades que vão modificando o mundo. Tia Nastácia é a bondosa e ingênua cozinheira que relata casos de assombrações e almas de outro mundo, além de bichos estranhos que nem existem na natureza. Narizinho e Pedrinho são crianças curiosas e cheias de vida, abertas a tudo, querendo ser felizes, comparando suas experiências com o que os mais velhos dizem, mas sempre acreditando no futuro.
Monteiro Lobato escreveu histórias incríveis. Além da primeira que já citamos, a da menina do nariz arrebitado, podemos lembrar O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo, A Chave do Tamanho, Os doze trabalhos de Hércules...
Também O Pó de Pirlimpimpim, que transportava crianças de um lado a outro. Quando uma criança lê uma história de Monteiro Lobato, ela também é transportada para outros mundos, onde tudo é colorido, perfumado, brilhante.
Monteiro Lobato morreu em julho de 1948. Mas continua vivíssimo em cada história que uma criança lê, envolvida pela magia das personagens e de dos enredos.
O escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, destinadas a adultos, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre, Negrinha, O Escândalo do Petróleo. Escreveu também muitos artigos para jornais.
Algumas frases de Monteiro Lobato
•Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.
•Um país se faz com homens e livros.
•Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.
•A natureza criou o tapete sem fim que recobre a terra. Dentro da pelagem deste tapete vivem todos os animais respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem.
•Assim como é de cedo que se torce o pepino, também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos.
•Acho a criatura humana muito mais interessante no período infantil do que depois de idiotamente tornar-se adulta.
•Tudo vem dos sonhos. Primeiro sonhamos depois fazemos.
•Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.
•Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele.
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