
Uma briga de casal, aliada a um dia de bebedeira e excesso de velocidade, acabou em tragédia na noite de quarta-feira. A vendedora Jordana dos Santos Cabral, de 22 anos, morreu depois que seu namorado, o ajudante-geral Weverton Mascena de Lima, 22, bateu seu GM Celta no muro de uma loja de materiais para construção. O acidente foi por volta das 23h40, na avenida Hélio Palermo.
O casal, que estava namorando há um ano e morava junto há seis meses, estava com o filho de Jordana, de quatro anos, quando a fatalidade aconteceu. Eles voltavam para casa, no Jardim Planalto, após saírem para se divertir. Na volta para casa, Weverton perdeu o controle do carro e bateu. “Os dois estavam discutindo e brigando porque ele estava correndo demais”, relatou o tio de Jordana, Fernando Caetano.
Com o impacto, a vendedora bateu a cabeça em um pilar do prédio e ficou gravemente ferida. Ainda assim, o ajudante dirigiu até a residência do casal e só lá retirou Jordana do carro. Vizinhos que presenciaram a cena a socorreram. Seu filho, que ainda estava dentro do Celta, foi pego por um adolescente de 16 anos que, mesmo a pé, o carregou no colo para ser medicado no Pronto-socorro Infantil. Ele sofreu ferimentos leves e passa bem. Enquanto isso, os moradores lutavam pela vida da jovem e ligavam para o Samu.
Últimas horas
Funcionária de uma loja no Shopping do Calçado, onde trabalhava com alguns familiares, Jordana aproveitou o dia de folga e pagamento para se divertir com o namorado. “Vizinhos aqui da rua viram o Weverton tomando latinhas de cerveja à tarde”, disse Fernando de Paula Caetano, tio da vendedora.
À noite, o casal e a criança passaram em um espetinho, onde voltaram a beber. Por volta das 23 horas, quando retornavam para casa, o Celta em que estavam bateu no muro da loja. “Populares disseram que ele entrou com tudo na rotatória, com o braço para fora, e avançou na calçada. O pneu estourou e o carro bateu na parede. Com isto, a cabeça da Jordana foi para fora e chocou-se com violência no pilar de cimento. Foi como se tivesse tirado uma lasca de sua cabeça”, contou Fernando.
Ainda segundo o tio da vítima, Weverton ignorou o que aconteceu e foi embora para casa, mesmo com o carro destruído e o pneu estourado. Quando chegaram na residência, a cerca de 300 metros do local do acidente, o auxiliar tirou a mulher do veículo e a colocou no chão. “A Jordana já estava praticamente morta. Os vizinhos tentaram reanimá-la, mas já era tarde demais”, completou.
Uma ambulância do Samu levou Jordana e Weverton para a Santa Casa. Porém, ela não resistiu e morreu. O ajudante foi ouvido pelos investigadores ainda no hospital. Ele disse que, ao tentar entrar na rotatória da avenida, perdeu o controle do carro e não se lembrava se havia batido em alguma coisa. Depois, dirigiu até em casa.
De lá, ainda segundo a versão de Weverton, ele percebeu que Jordana estava ferida e a retirou do carro. E, embora ele tenha negado que bebeu, os policiais perceberam que o forte cheiro de álcool que o rapaz exalava. Além disso, segundo os policiais, tinha os olhos vermelhos e dificuldades para falar. O exame de bafômetro confirmou as suspeitas e constatou um valor superior ao permitido pela lei.
Enquanto o corpo da vendedora era levado ao IML (Instituto Médico Legal), o homem foi conduzido ao Plantão Policial. Lá, os policiais constataram que, anteriormente, já havia sido autuado duas vezes por embriaguez ao volante. “Foi tudo muito rápido. Estava a um quarteirão de casa. Foi uma coisa triste e que não desejo a ninguém. E não. Eu não bebi”, murmurou, ao ser perguntado o rapaz sobre o que aconteceu.
Weverton foi indiciado por homicídio simples pelo delegado Eduardo Lopes Bonfim e preso em flagrante. Ele foi levado ao CDP (Centro de Detenção Provisória). O corpo de Jordana foi velado até o final da tarde de ontem no São Vicente. Com trabalhos da Funerária Tedesco, ela foi sepultada às 17 horas, no Cemitério Santo Agostinho. O acidente será investigado pelo 3º DP.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.