Um século e sete casas


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Na ilustração, o  prédio amarelo é o Grupo Escolar. O Comércio foi fundado no prédio  de frente com a lateral da escola. De lá  para cá, foi cinema, teatro e, agora, boate
Na ilustração, o prédio amarelo é o Grupo Escolar. O Comércio foi fundado no prédio de frente com a lateral da escola. De lá para cá, foi cinema, teatro e, agora, boate
Em 100 anos de idade, tivemos teve sete casas. Nas primeiras, não dávamos nome à empresa, ficávamos nos fundos ou anexo aos estabelecimentos comerciais de nossos antigos donos. Foi somente aos 33 anos, que nos tornamos “independentes”, que ganhamos uma casa só para nós. Mas, afinal, o que existe hoje nos lugares pelos quais já passamos? 
 
A resposta é surpreende e bem plural, como nós somos – como todos os jornais devem ser. Há uma casa de shows, lojas de roupas, outra de departamentos... Também uma lanchonete e até um órgão do governo do Estado. Como se vê, novas e diferentes histórias surgiram em nossos endereços. 
 
Nessa e nas próximas páginas, você vai poder comparar passado e presente das fachadas. O que eram e o que se tornaram ao longo dos anos.  
 
De 1915 até hoje, muita coisa mudou. Nós mudamos, a cidade mudou e nossos antigos logradouros também. Os números já não são mais os mesmos, até nome de rua já é outro. Nesta difícil tarefa de descobrir onde estávamos no início do século passado, buscamos ajuda nos arquivos municipais e no registro do Cartório de Imóveis. Apelamos aos francanos com mais idade. Conversamos com dezenas deles! Ouvimos muitas histórias ótimas, muitas memórias, mas nenhuma resposta sobre nossas duas primeiras sedes foi certeira.
 
Foram três meses de uma luta insana por essas informações. Insana, sim! 
 
Dois editores chegaram a perambular pelo Centro de Franca, namorando os prédios que imaginávamos terem sido nossas sedes. Como loucos, vidrados em paredes e fachadas à espera de que as respostas surgissem dos tijolos.
 
Na véspera do prazo final para fechar essa matéria, ‘arrastamos’ para o Centro outro jornalista que ficou envolvido com a ideia de descobrir esses primeiros endereços. Luis Carlos Facury, que foi repórter do Comércio há muitos anos, antes de se tornar proprietário do Diário, também passeou por alí tentando buscar dados na memória para ajudar. Trouxe fotos antigas, deu entrevistas, acionou conhecidos.
 
Com base em tudo que pesquisamos, ouvimos e no que foi publicado nas nossas próprias páginas, chegamos aos nossos antigos lares. Confira cada um deles. 
 
 
1ª sede - Rua Marechal Deodoro, 16
 
A nossa primeira sede ficava na rua Marechal Deodoro, número 16. Era 30 de julho de 1915, nascemos na Casa Mello. Ficamos ali por pouco tempo, até fevereiro de 1916. Este endereço ficava em frente ao portão de entrada e saída dos alunos do Grupo Escolar, hoje a agência dos Correios, no Centro. Com base nessa informação, podemos afirmar que funcionamos onde hoje é a Boate Montana.
 
Há registros históricos – equivocados – afirmando que quando estávamos neste endereço, lá funciona o Cinema Santa Maria. Mas, como diz uma das leis da física, dois corpos não ocupam o mesmo espaço... Não mesmo! 
 
Ainda com base em nossas páginas, depois da Casa Mello, em 1916, foi para lá a oficina da família de Angelo Presotto e, somente na década de 1920, é que o prédio foi reformado para receber o cinema. Traços dessa edificação ainda existem nos dias de hoje.
 
 

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