
Usados ou desejados pela maioria absoluta dos jovens e adolescentes nos anos 90, os tênis M2000 estão de volta. Um grupo de investidores de Campinas (SP) resgatou a marca francana e, desde março passado, trabalhou para relançar os lendários calçados M2000 nesta 46ª edição da Francal. A novidade pode ser conferida - e adquirida - por lojistas em um estande tão colorido e atual quanto a nova cara da grife.
Segundo o diretor da empresa, Robert Russel, o grupo investidor, Diesel Mach, atua em diferentes segmentos do mercado e buscava uma marca forte para imergir no setor calçadista. “Verificamos que a marca M2000 estava disponível no mercado e passamos a trabalhá-la para lançar aqui na Francal”, disse.
Deu certo. Os famosos tênis de cano alto e língua exuberante que reinaram nos anos 90 têm espaço na coleção, mas com nova roupagem e dividindo prateleiras com uma gama generosa de outros modelos. “São 15 famílias de linhas que, subdivididas, significa falarmos em 260 opções de modelos.”
Generosas também são as expectativas dos investidores. Segundo Russel, a pretensão é fabricar ao menos 100 mil pares desta primeira coleção. “A expectativa para agosto é produzir 300 pares dia, é a meta dos investidores. Mas ainda é modesto, é para começar, porque a economia está bem neutra, bem paralisada. Para esse nicho de mercado, que é moda sobre calçados, se espera chegar a 100 mil pares nesta (primeira) coleção.”
Mas a ligação com Franca não se resume à marca. Embora a sede administrativa fique em Campinas, toda a produção é terceirizada e está dividida em duas unidades fabris instaladas no Distrito Industrial da terra do calçado.
E a escolha por Franca, disse Russel, tem embasamento forte: a vocação da cidade. “É um mercado mais sóbrio e profissional, a distância e a logística são favoráveis, além de que você atravessa a rua e encontra a matéria-prima”, afirmou.
Para que o DNA da marca não se perdesse, é de Franca também o diretor de criação da empresa. Russel afirma que o grupo optou por contratar um dos herdeiros da família Martiniano para atuar no setor de criação. “Convidamos um dos Martiniano’s, o Fabiano, que tem uma empresa de criação, e ele é o nosso consultor.”
NOVA CARA
Os planos dos investidores incluem ainda uma ampla ação publicitária a nível nacional para, literalmente, ressuscitar a marca. Por ora, ainda segundo o diretor, os produtos chegarão ao consumidor final através de lojas multimarcas e sites especializados, como Dafiti e Netshoes.
Sobre a situação judicial da M2000, que faliu na década de 90, Russel afirma ter pouco conhecimento. “É tudo bem separado. A M2000 é uma marca. Nós não temos conhecimento do que foi o grupo Martiniano na época em que ele detinha a marca. Hoje a marca não está mais com aquele grupo e é uma história nova. Estamos buscando resgatar a história que era o desejo de ter um M2000 no pé”, disse.
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