Cultuo meu corpo, inventado/inventário de mim em pequenas combinações de cores e formas tatuadas e registradas. Total de dezesseis luas. É um número par, mas tem me dado sorte, tem me dado proteção. Acho que é isso que busco num desenho desses: lembrar das ferramentas/armas usadas para combater o mal.
Tenho três ideogramas japoneses: Paz, Amor e Alma. Uma tribal de quinze centímetros, abaixo da nuca, que uns dizem ser Dragão, outros dizem ser Golfinho: eu digo que é o Nada, bem perto do coração.
Dos lados da Tribal, na parte posterior de cada ombro, dois Leões - um olhando para a Esquerda, e um olhando para a Direita. A Alma está localizada nas costas, bem atrás do umbigo, no centro do meu corpo. A paz no lado do ombro direito, e o Amor no lado do ombro esquerdo. Nas pernas dois totens Haida: O Sol na esquerda e a Baleia na direita.
No braço direito, bem na altura do queixo, na parte frontal do ombro, perto do peito, duas menininhas de mãos dadas, que apesar de muita gente acreditar que é uma lesbian-tatto são minha irmã e eu (ela morreu num acidente de moto há alguns anos que mais parecem “Hoje”, às vezes. Nesta eu sou a que carrega flores nas mãos, de azulzinho, do lado direito que é para protegê-la: irmã mais nova... tem dessas coisas.
No ombro esquerdo ainda na parte frontal, uma estrela vermelha de uns três centímetros de diâmetro, que também não é gay apesar de estar do lado esquerdo, também não é do Partido Trabalhista. É só uma estrela vermelha, porque eu gosto de Estrela, e gosto de Vermelho.
Nos dois braços fortes, anabolizados por anos de judô e saúde, duas braçadeiras que eu inventei. São retilíneas e dão a volta no braço todo (vai doer pra lá): pretas por dentro e roxas- esfumaçadinhas por fora. Muita gente acha que são feias, eu também, mas elas lembram um passado de couro e liberdade, em São Paulo, cuspindo e engolindo Fogo.
No antebraço direito tem um coraçãozinho que mais parece uma fruta, escrito LOVE no meio, ao estilo Old School.
No punho direito a palavra ROHAYHU que significa: Eu te Amo, em guarani e também que Nada, a não ser uma tatuagem, dura para sempre. Na mão esquerda uma estrela Azul, eu adoro azul-celeste, entre o polegar e o indicador que é para apontá-las no céu para as pessoas que perderam este hábito.
Na extensão do punho esquerdo os dizeres: “Born to be Wild” : além de ser um rock que eu gosto, é também o hino dos “motoqueiros”, nunca quis ser motociclista/que anda em bando.
E tem a última- feita hoje, no antebraço esquerdo, com uns 15 centímetros quadrados. A Tatto dos trinta e três, idade que eu pensava que ia morrer tal qual Jesus Cristo neuróticos têm dessas coisas- Escrito: Gentileza Gera Gentileza, que é para enterrar uma Bárbara antiga. Para deixar gravado um aprendizado: “Quanto mais forte é o Guerreiro, mais Gentil ele se torna.” Provérbio Chinês.
Janaina Leão, psicóloga
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