75% das denúncias feitas ao Conselho Tutelar são falsas


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O conselheiro tutelar Ilton Ferreira afirma que as denúncias falsas só prejudicam a criança
O conselheiro tutelar Ilton Ferreira afirma que as denúncias falsas só prejudicam a criança

Um pai, separado da mulher, liga para o Conselho Tutelar. Ele diz que sua ex-esposa é usuária de drogas e que chega a consumi-las perto de seus filhos. O Conselho vai verificar e descobre que tudo não passa de uma intriga. Esse tipo de situação - denúncias falsas - está se tornando regra no Conselho Tutelar. O conselheiro Ilton Sérgio Ferreira disse que, das 12 denúncias que recebe diariamente, nove - ou de 75% - são falsas. Ele disse que a maioria das ocorrências infundadas são, na verdade, atos de vingança.

“Quando vamos na casa, percebemos que tratava-se apenas de intriga de um ex-marido, de uma ex-sogra. Às vezes, até profissionais instruem o ex-marido a fazer uma falsa denúncia contra sua antiga mulher. Eles fazem isso para vencer o processo de guarda dos filhos”, disse Ilton.

O conselheiro acrescentou que os “trotes” não só fazem o Conselho desperdiçar um tempo precioso, durante o qual poderia estar atendendo uma criança verdadeiramente em risco, como também acabam humilhando os envolvidos.

‘Joguete’
Para diminuir o recebimento de denúncias de casos infundados, a instituição está realizando uma campanha nos meios de comunicação numa tentativa de conscientizar a população. “A denúncia não pode ser um joguete. Esse tipo de ação só prejudica a criança”, disse o conselheiro tutelar, completando que, caso o Conselho perceba que foi uma falsa denúncia, o responsável pode sofrer sanções legais, como responder por calúnia ou difamação.

Outra situação bastante comum é quando a pessoa faz a denúncia sem conhecer bem a situação da criança. Por exemplo, uma mulher ouve o bebê da sua vizinha chorar frequentemente. Preocupada, ela aciona o Conselho, que chega ao local e descobre que a criança, na verdade, estava chorando por causa dos seus dentes nascendo.

Neste caso, Ilton orienta que as pessoas procurem se inteirar melhor do quadro. “Temos que fazer com que a sociedade seja mais unida e solidária. Se a criança do vizinho está chorando muito, o certo seria ir até a casa ao lado e perguntar se está tudo bem, se há algo que possa ser feito, o que já pode ajudar resolver o problema”, disse ele.

No entanto, Ilton deixa claro que não está incentivando a população a não repassar casos ao Conselho. “Na dúvida, tem que denunciar. Prefiro receber uma denúncia que se mostre falsa do que deixar de receber”.

Serviço
O Conselho Tutelar atende pelos (16) 3721-4894 ou (16) 3701-9677, durante o horário comercial, ou pelo (16) 9965-1201, após as 18 horas e aos fins de semana.
 

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