A termo conduz a pensar em quem parou o carro em algum lugar, ou a quem marcha sem sair do lugar
A questão é o lugar. Há lugar próprio para parar - estacionamentos -, e lá lugares impróprios para parar de carro ou para marchar. Se alguém está estacionado no “reservado para idosos” e tem menos de 60 anos, está errado. Se alguém resolve ‘estacionar’ no meio da calçada para atender o celular, impedindo o ir e vir dos outros, ou, camufladamente, tenta se inserir lá na frente da fila, desprezando quem, pacientemente, aguarda sua vez, também está errado.
É repetitivo, mas, de novo, tenho que falar do ‘olhar para o próprio umbigo’, condição que, como rastilho de pólvora, toma conta do perfil de tantos. Não há mais qualquer preocupação com o outro. Um casal maduro me fez frear no cruzamento de duas ruas movimentadas, ao decidir atravessar o percurso obliquamente. Aliás, fizeram frear também veículos que vinham circulavam pela outra rua. Ficamos, eu e outro motorista, caras de bestas, aguardando a lenta caminhada. Os dois conversavam animadamente.
Para aqueles, exemplo consumado do jeitão de ser de hoje, o resto do mundo não existe. Alguns dos motoristas parados, eu inclusive, encaramos o casal. O homem fez menção de estrilar mas desistiu ao ver nossas caras fechadas. A cada dia, pensa-se mais em si próprio, e que o resto se... O casal, a pé, agiu repetindo motoristas que andam pela faixa da esquerda ou ziguezagueando, falando ao celular. Experimente cobrá-los...
Estive nos estacionamentos do Franca Shopping e no Wal Mart. Em ambos, nas vagas fronteiriças às portas de entrada – é lei – só podem estacionar ‘idosos, cadeirantes, grávidas’ etc. No Franca Shopping conversei com meia dúzia de lojistas. Estão bravos, mas não com a reserva de vagas a quem precisa, mas pelo mau uso. A administração demarcou, mas não fiscaliza. O resultado é conhecido.
O mesmo, no Wal Mart. Penso que acontece, hoje, em quaisquer lugares onde haja estacionamentos especiais. Parei, lá, em vaga comum – só farei 60 anos em janeiro – e encostei-me a uma parede para ‘pesquisar, por alguns momentos, o uso das vagas.
Isso! Você imaginou certo. Em cada dez que estacionaram, 9 (e meio, se me permitem, já que um garoto ‘cobrou’ seu pai que ali não ele não podia parar, porque ‘não tinha a idade’), eram meninões apressados , mulheres jovens apressadas, gente madura apressada sem a idade pedida. ‘É só por um minutinho’. Ninguém se preocupa. Chega, manobra, para, sai, demora, volta, pega o carro e vai embora. Não acontece nada. Como no Franca Shopping, não há fiscalização.
É claro que tendemos a formar mais e mais gente que ‘estaciona’ fácil, rindo de ‘idosos, cadeirantes e dos malas’ que cumprem regras. E a culpa é minha, é sua, é das autoridades, de professores, de pais e mães, é das leis que temos e, de forma geral, de todos nós que achamos que ‘eu sou eu, o resto é bosta”.
De novo, repito. Não falo só dos que conduzem veículos. Cobro também os pedestres que se deslocam como se o outro fosse transparente ou não existisse.
Você, ai, que me lê, já ‘trombou’ com algum desses? Reclamou? Foi ofendido? Então! O pior é que gente assim se multiplica como coelho...
Se todos tivessem minha cara feia e meu mau humor com que pensa que o próprio umbigo é o centro do universo, tais atitudes tenderiam a zero. O que ‘pega’ é que a maioria é ‘linda’, ‘cheirosa’, o próprio sol, e não ‘tá nem aí’. Crianças como a que contei obrigando o pai a não parar na vaga onde ‘não podia’, estão desaparecendo...
POR QUE NÃO COBRAR?
O estacionamento do Franca Shopping precisa mudar. Hoje, cobra para estacionar motos, mas tem que fazer o mesmo com veículos. Funcionários chegam para o trabalho e estacionam lá, e não são poucos. Sei que há estudos para outro espaço para esses e seus veículos, mas precisa ser rápido. Sobre as vagas para ‘idosos, cadeirantes...’, acabo de contar. Há gente que – pasmem – trabalha do outro lado da rodovia e deixa lá, dia todo, seus carangos – “tem segurança é ‘de grátis’”. Há mais: qualquer parque ou evento que se instale por ali, ‘conta’ com o estacionamento do Shopping. A administração, ao que parece, deixa com está. Só para lembrar, os mais importantes shoppings do País cobram por estacionamento. Se resolverem, têm também que dar segurança e tranquilidade a quem se decidir em pagar.
CARLOS BASTIANINI
Carlos é vereador em Cristais Paulista. Ano que vem inicia seu terceiro mandato. Disse-me que anda lendo estas mal traçadas. Soube, por aqui, a história da Chave da Taquara, vilarejo pouco depois de Cristais, às margens da Cândido Portinari. Multiplicou o conhecimento sobre a ‘chave’ e a ‘taquara’ durante tradicional passeio a pé que Cristais promove anualmente em direção ao lugar. Honra-me. Agradeço.
CARTAS DE LEITORES
Fui, semana passada, compartilhar informações sobre a Editoria de Opinião e a seção ‘Cartas’ do Comércio com coordenadores de escola e professores do ensino fundamental do município, ação do programa Jornal Escola do GCN. Cartas e artigos de opinião são temas de redação do Saresp – Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, que vai acontecer nos dias 27 e 28 deste mês. Recebeu-me a professora Susy Chiachiri, coordenadora do programa.
Luiz Neto
Jornalista, editor de Opinião do Comércio - luizneto@comerciodafranca.com.br
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