A arte e a generosidade


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Não pretendo falar aqui sobre o artista nem sobre sua obra. Em primeiro lugar porque seria redundante, em segundo por não me considerar apta para tal pelo fato de que, quando se trata de qualquer manifestação artística, minha apreciação é quase sempre intuitiva, subjetiva e pessoal, dispensando teorias e explicações que, no final das contas, acabam mais subtraindo que somando; e em terceiro lugar porque não é este o meu objetivo.


Quero falar aqui um pouquinho sobre o homem. Pouquinho porque nunca conhecemos ninguém, nem nós mesmos, mais que um pouquinho, e aqui não há exceção.


É lugar comum dizer “olhe a obra, não o homem”. Parece que a humanidade já incorporou isso. “O homem é passageiro, a obra não”, dizem. Mas cá entre nós eu sempre tive uma certa dificuldade de rezar pela cartilha vigente - dominante e aqui não faço diferente. Sempre que algum feito me interessa procuro saber quem está por trás dele. Meu interesse aumenta, diminui ou até desaparece dependendo de com o que (quem) me deparo.


É notório e sabido quão competitivo, e muitas vezes desleal, é o mundo das artes. Na história da humanidade temos exemplos disto na música, artes plásticas, cinema e na literatura não poderia ser diferente. “Coisa de gente” como diria um analista amigo meu. O que nos consola é saber que se houve um Salieri na viva de Mozart houve também um Liszt na de Chopin.


Quando comecei a escrever e publicar alguma coisa, tinha uma certa resistência de “consultar” escritores já consagrados pelos leitores francanos, e em especial o nosso número um (que me perdoem os outros), e quando publiquei meu pequeno livro, Talvez Poesia, foi sem nenhum aval, nem sequer prefácio de ninguém; misto de insegurança, orgulho e timidez (coisa de gente).


Qual não foi minha surpresa quando num certo domingo (a página de literatura do Comércio da Franca ainda pertencia ao Caderno de Domingo) recebo um telefonema seu (dele, do número 1), comentando o meu texto com um entusiasmo e atenção que me revelaram, acima do escritor e de um homem apaixonado pela palavra, um ser humano extremamente generoso.
Acho que o leitor já percebeu que presto aqui minha homenagem sincera e grata ao nosso guru das letras, Luiz Cruz de Oliveira, e somo minha voz ao uníssono de admiração e gratidão de seus amigos-pupilos-escritores.


Cruz, generosidade é a palavra.

 

Silvana Bombicino  Damian
É empresária e escritora

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